Portugal fica mais em casa do que a média da Zona Euro
Em Portugal, o “Fique em casa” vê-se nos números. O desconfinamento progressivo já começa a aparecer, com as visitas aos restaurantes, lojas e locais de lazer a começarem a cair menos do que em dias normais. Mas mesmo assim, a circulação está longe de ter normalizado.
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Em Portugal, e apesar de já ter sido iniciado o desconfinamento progressivo, ainda se fica mais em casa do que na média da Zona Euro. Essa foi aliás a tendência de fundo ao longo de toda a pandemia, com a exceção do período do Natal e do Ano Novo. Desde que a pandemia estalou, a economia nacional tem subidas maiores na mobilidade em torno das residências do que as dos parceiros da moeda única. A conclusão resulta da análise dos dados de mobilidade do Google. Desde 15 de março que o país iniciou, lentamente, o processo de desconfinamento. Na primeira fase, as principais mudanças foram a reabertura das creches e o regresso ao ensino presencial para as crianças do primeiro ciclo. Os cabeleireiros também voltaram a abrir e autorizou-se a venda ao postigo, para além do takeaway. Depois, a 5 da abril, deu-se início à segunda fase do desconfinamento, com o ensino presencial a fazer-se já também no segundo e terceiro ciclos de escolaridade e alguma reabertura de lojas e atividades desportivas. Os dados de mobilidade do Google mostram esta progressiva alteração de políticas: a circulação em torno das residências já vinha a cair desde o início de fevereiro, mas afundou ainda mais a partir de meados de março. Depois, na semana da Páscoa, o regresso das restrições à circulação, juntamente com os dias de feriado, ditou novamente uma mobilidade maior da população junto das suas áreas de residência. Mas na semana passada esse efeito voltou rapidamente a perder-se – há dados até 7 de abril. A circulação em torno dos locais de trabalho evolui, sensivelmente, em espelho com esta. Ainda assim, comparando os dados de Portugal com os dos restantes países do euro conclui-se que a recomendação "Fique em casa" tem sido mais acatada em território nacional. O Google não apresenta dados para a média da Zona Euro, mas fazendo uma média não ponderada da circulação nos 18 países da moeda única para os quais há informação (só não há para Chipre), Portugal apresenta subidas sistematicamente acima da média. Só mesmo no Natal e Ano Novo é que tal não se verificou, tendo o país aumentado tanto a sua permanência em casa face ao normal, quanto os demais parceiros da Zona Euro. Este período, veio a perceber-se depois, levou a um aumento de infeções por covid-19 que obrigou o país a fechar-se novamente em casa para controlar aquela que seria a terceira vaga da pandemia.
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