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Rentabilidade do BCP "no mercado doméstico continua inexpressiva"

Os lucros do BCP no primeiro trimestre foram justificados por uma operação não recorrente de compra de títulos e pelo desempenho da actividade internacional.

08 de Maio de 2012 às 10:16

“O resultado líquido do BCP no primeiro trimestre de 2012 foi suportado por uma operação não recorrente com impacto significativo, designadamente a recompra de emissões próprias de obrigações hipotecárias, a qual gerou uma mais-valia bruta de 96 milhões de euros (68 milhões de euros líquidos)”, explica André Rodrigues, analista do Caixa BI.

Mas, também os 26 milhões de euros de resultado líquido das operações internacionais contribuíram para este desempenho.

“A rentabilidade recorrente do banco no mercado doméstico continua inexpressiva, com comportamento acentuadamente negativo das receitas ‘core’ do banco (margem e comissões) e com uma deterioração substancial da carteira de crédito, com a gestão a manter o reforço do balanço do banco como uma prioridade”, defende André Rodrigues que recomenda “comprar” acções do BCP as quais avalia em 0,40 euros.

O mesmo especialista destaca ainda “o comportamento negativo da margem financeira (queda homóloga de 20,9%) e das comissões (descida homóloga de 13,1%), ambos marcadamente abaixo das nossas previsões as quais, ainda assim, já incorporavam uma descida de 12,4% na margem financeira e de 9,4% nas comissões”.

Por outro lado, o rácio Core TIER I ascendeu a 9,2%, o que compara com os 6,7% dos primeiros três meses de 2011. Este aumento é explicado por um conjunto de medidas de recapitalização, tais como a distribuição de dividendos em acções, a troca de obrigações subordinadas por acções, a subscrição de acções reservadas a accionistas e a troca de acções preferenciais.

O banco admitiu, esta segunda-feira, durante a apresentação de resultados, necessidades de capital de cerca de 2,5 mil milhões de euros de modo a atingir as exigências dos reguladores europeus.

O presidente executivo do BCP, Nuno Amado, afirmou que não se prevê que o Estado entre directamente no capital do banco, apontando para que a ajuda estatal seja feita através de CoCos .

Notícias que os analistas de BPI vêm como “neutrais”, uma vez que estes valores tinham sido já avançados pela imprensa. Contudo, o valor agora avançado supera os 2,3 mil milhões de euros previstos pelo banco de investimento.

“Se as necessidades de capital totais de 2,5 mil milhões de euros forem satisfeitas através de um aumento de capital de mil milhões de euros com um desconto de 25% face aos actuais valores de mercado (o que pode ser verosímil, assumindo que a Sonangol e a Interoceânico apoiam a operação), e a emissão de 1,5 mil milhões de euros em Cocos com um juro de 8%, estimamos uma diluição de lucros por acção de cerca de 56% no médio prazo”, sublinham os analistas Carlos Peixoto e Gonçalo Guarda Garcia na nota diária de hoje.

O BPI atribui uma recomendação de “manter” e um preço-alvo de 0,18 euros às acções do BCP.

As acções do banco liderado por Nuno Amado seguem a valorizar 1,82% para os 0,112 euros, depois de terem já avançado mais de 3%.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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