Após um acordo a nível distrital e municipal entre PS e PSD sobre a reforma administrativa de Lisboa, a vereação liderada pelo social-democrata Pedro Santana Lopes apresentou hoje na câmara uma proposta distinta que sugere 26 freguesias.

Também o CDS-PP propôs que fosse enviada para a assembleia municipal e posta em discussão pública uma proposta diferente, com um total de nove freguesias e descentralização de competências a nível de "urbanismo de proximidade" e gestão do espaço público e espaços verdes para as juntas.

Na semana passada, os presidentes da distrital do PSD, Carlos Carreiras, e da federação da área urbana do PS, Marcos Perestrello, assinaram um acordo que consta da ordem de trabalhos da reunião numa proposta com 24 freguesias subscrita por todos os vereadores da maioria socialista (inclusive três independentes eleitos nesta lista) e "os eleitos pelo PSD".

Santana Lopes referiu, porém, que quem acompanhou o processo foi o vereador Vítor Gonçalves (que saiu do gabinete de Santana, mas há meses apareceu ao lado do número dois do gabinete numa conferência) e que a nova proposta é mais um "contributo" para a discussão pública, apresentado sem "razões bélicas" e "hostilidades".

Fonte municipal assegurou, contudo, que, após a direção nacional do PSD ter indicado Carlos Carreiras para liderar as negociações e de este se ter feito acompanhar por Vítor Gonçalves e o líder da bancada municipal, o presidente António Costa foi informado de que Santana Lopes aceitaria os resultados.

Em relação ao mapa acordado na semana passada, a proposta entregue por Santana Lopes acrescenta a freguesia de Telheiras, indica o alargamento do Alto do Pina a toda a zona das Olaias (Beato e Marvila) e faz muitas associações de freguesias (numa única) diferentes.

No centro histórico, na Baixa e na colina do Castelo, onde a proposta fruto do acordo sugeria a maior união de freguesias (12), resultam agora quatro freguesias, uma vez que algumas identidades de bairros, como Alfama e Castelo, "não devem ser misturadas".

Por outro lado, Santana Lopes disse que "não faz sentido" não incluir numa freguesia todo o Parque das Nações, parcialmente incluído no vizinho concelho de Loures.

À margem da reunião, o social-democrata disse aos jornalistas que ninguém solicitou a ajuda do seu gabinete durante as conversações e que tinha de seguir as ideias que defende há muito.

"Esta proposta [acordada pelo PS e PSD] é boa, mas tal como os deputados podem apresentar propostas de alterações na assembleia, nós fizemo-lo aqui. Revejo-me na participação de Vítor Gonçalves, não concordo com todas as conclusões", afirmou.

Já Vítor Gonçalves considerou à Lusa que a nova proposta é um "desrespeito pelo partido" e que durante os vários meses de conversações "houve mais do que oportunidade" para sugerir mudanças.

A discussão foi suspensa para o período de intervenção do público.