Quando o imperador Carlos V, patriarca dos Habsburgos, soberano do Sacro Império, arquiduque austríaco, rei de Espanha, senhor dos Países Baixos e das possessões de Nápoles, Sicília, Borgonha e Sardenha, além de um vasto império ultramarino nas Américas, teve a certeza de que o filho Filipe seria o seu herdeiro, escreveu-lhe uma série de cartas com recomendações, conselhos ou instruções precisas sobre o andamento do império, os homens que o rodeavam, as tarefas correntes, os deveres de família e até as leituras a fazer; esses textos podem ser vistos como um testamento político sobre a arte de governar e o modo de governantes e poderosos vindouros se comportarem de forma prudente.