Os EUA vão impor uma tarifa de 50% sobre as importações do Brasil, anunciou Donald Trump em mais uma carta publicada na rede Truth Social, elevando para mais de duas dezenas os países que já viram as taxas fixadas.     

As tarifas vão ser implementadas a partir de 1 de agosto, tal como em relação aos restantes países que já viram as taxas impostas unilateralmente pela administração dos EUA.   

Trump tinha já ameaçado os BRICS – grupo de economias emergentes que integra o Brasil, a Rússia e a China, entre outros – com taxas mais elevadas, incluindo os seus aliados.

Esta quarta-feira, a Argélia, Líbia, Iraque, Brunei, Moldávia, Filipinas já tinham sido visados com as taxas unllaterais. Antes, também tinham sido alvo das taxas a Coreia do Sul, o Japão e a África do Sul, entre outros.     

Recorde-se que dia 9 de julho era a data limite imposta inicialmente pela Administração Trump para começar a aplicar as chamadas tarifas recíprocas, anunciadas no Dia da Libertação, a 2 de abril, que depois entraram em pausa. O prazo entretanto foi adiado para 1 de agosto.

Em relação à União Europeia, as negociações continuam, com Trump a dizer na terça-feira que a carta seria enviada dentro de "cerca de dois dias", o que fará com que as taxas possam ser conhecidas amanhã. O Politico avançou que as tarifas sobre o bloco poderão ser de 10%.   

Na carta em que impõe tarifas ao Brasil, Donald Trump mostrou o seu apoio ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que está acusado de tentativa de golpe de Estado. "Este julgamento não deveria estar a acontecer. Trata-se de uma caça às bruxas que deve acabar imediatamente!", escreveu.

Além disso, o Presidente dos EUA justificou as tarifas com os "ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como recentemente ilustrado pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura secretas e ilegais a plataformas de medias sociais dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado brasileiro)" - uma referência ao X, de Elon Musk, até recentemente um dos seus maiores aliados. 

Em resposta à carta de Trump, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, disse que "qualquer medida de aumentar as tarifas unilateralmente será respondida à luz da Lei de Reciprocidade Económica do Brasil", pelo que os EUA também deverão ser visados com taxas de 50%.        

*Com Lusa

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