Antigo deputado do PS acusado de 23 crimes
Carlos Lopes, que foi deputado do PS, foi acusado pelo Ministério Público de 19 crimes de corrupção passiva, por prometer obras a troco de dinheiro para o partido.
O Ministério Público acusou um antigo deputado do PS, Carlos Lopes, de 23 crimes, entre os quais 19 por corrupção passiva, noticia hoje o “Diário de Notícias”.
“Em causa está uma investigação à campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 2005 no concelho de Figueiró dos Vinhos. O antigo deputado é acusado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) de ter invocado aquela qualidade de forma a angariar dinheiro para a campanha eleitoral junto de construtores civis”, escreve o jornal.
No âmbito das investigações a Carlos Lopes, a Unidade Nacional Contra a Corrupção da Polícia Judiciária (UNCC) apreendeu uma lista, escrita em papel timbrado da Assembleia da República, que classificava vários entidades como "doadores" e "não doadores" para a campanha, indicações que, segundo o MP, corresponderiam a pagamentos "por fora".
“De acordo com informações recolhidas pelo DN, o Ministério Público acusa Carlos Lopes - que era dirigente local do PS - de se ter aproveitado do facto de ser deputado para, nos contactos com os construtores civis a quem pediria dinheiro, aludir futuras obras públicas e concursos que iriam ser abertos, como forma de aliciar os empreiteiros”, escreve o jornal.
Nas eleições de 2005, o PS acabou por sair derrotado, mas, segundo a acusação, nos últimos dias do mandato do socialista Fernando Manata, “os arguidos terão levado a cabo um esquema que levou a que fosse a autarquia a pagar algumas despesas partidárias. Terá sido assim com despesas de tipografia e com a contratação de um grupo musical. Esta despesa, segundo a acusação, entrou nas contas da Câmara de Figueiró dos Vinho na rubrica Festas do Concelho”, refere p “Diário de Notícias”.
Contactado pelo jornal, o ex-deputado Carlos Lopes, actualmente chefe de gabinete do governador civil de Leira, rejeitou "por inteiro" a acusação do Ministério Público. "Em 2005, não tinha qualquer responsabilidade que me permitisse prometer obras em troca de favores", justificou ainda o Carlos Lopes, manifestando-se "completamente tranquilo e sereno" com a situação. "Quando fui ouvido na Polícia Judiciária, garantiram-me que não havia nenhuma suspeita de que eu tivesse obtido qualquer vantagem pessoal e isso convém sublinhar", declarou, ontem, ao DN o ex-deputado.
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