Seguro acusa Governo de ter "preconceito em relação à escola pública"
O secretário-geral do PS criticou hoje a ausência de "política educativa" do Governo, que só impõe cortes e tem um "preconceito em relação à escola pública".
António José Seguro falava no final de mais de duas horas de conversa com professores, directores, funcionários e encarregados de educação, um encontro que decorreu na Escola Secundária Alexandre Herculano, no Porto, onde ouviu as queixas, críticas e preocupações em relação à educação em Portugal, concretamente naquilo relacionado com o início do ano escolar.
O líder socialista foi peremptório ao afirmar que "não há projecto para a educação no nosso país" nem "política educativa", considerando que aquilo que existe são "cortes, cortes e cortes" e um "preconceito em relação à escola pública". "Esse preconceito sempre existiu, não é novo. É próprio dos liberais que consideram que as pessoas devem ter um Estado mínimo mas cada um depois deve tratar de si em função daquilo que são as suas oportunidades e a sua condição", atirou.
Seguro criticou o facto de em vez de haver "professores a falar exclusivamente de educação e de ensino", o "Ministério da Educação mete os professores a tratar de coisas administrativas e de regulação da vida da escola". "Nós não temos um Ministério da Educação, temos um ministério da reforma administrativa escolar", concretizou.
Concretamente sobre o ano lectivo que agora se iniciou, o secretário-geral do PS recusou-se a aceitar que "exista uma espécie de banalidade de instabilidade do início do ano escolar". "Nós temos um Governo que não olha para a escola pública como ela deve ser olhada", sustentou, acrescentando que "se há uma sector que precisa de estabilidade é o da educação.
Reforçando uma ideia que veio de um dos participantes no encontro, Seguro sublinhou que todas estas questões vêm de "um ministério de um Governo que prometeu excelência e rigor no ensino". "Isto não é rigor e muito menos é excelência", concluiu.
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