Sem novas propostas ou cedências, a UGT parte para a reunião que a ministra do Trabalho convocou depois da greve geral e com a expectativa que o Governo se mostre disponível a negociar tudo, sem traves mestras, e que apresente um calendário negocial que também permita ouvir os patrões, tendo em conta o desafio deixado por Armindo Monteiro no dia da greve geral.

“Não trazemos nenhuma cedência. Vamos ver como vai decorrer. É preciso começar a criar o ambiente de negociação", disse Mário Mourão, aos jornalistas. "Hoje não vamos discutir nenhuma medida. O que vamos fazer é ver se encontramos um calendário para haver reuniões" para "poder chegar a um acordo", afirmou, reiterando uma ideia que tinha deixado em declarações ao Público.

“Eu ainda não ouvi muito o lado patronal. Têm-se esquivado. Sei que estão confortáveis com o anteprojeto mas também preciso de ouvir porque também fui desafiado num órgão de comunicação social pelo Presidente da Confederação Empresarial (CIP) para as centrais sindicais se sentarem à mesa com a CIP e trazerem aqui uma proposta”, afirmou, referindo-se às declarações de Armindo Monteiro, no dia da greve geral, em entrevista ao Now.

Aos jornalistas, Mário Mourão voltou a dizer que espera que o Governo deixe cair as “traves mestras”, mostrando abertura para negociar todas as medidas, e lembrou que o pedido para retirar o anteprojeto, que a CGTP mantém, era para a UGT a condição para deixar cair a greve geral.

“Nós já estamos na estaca zero”, respondeu, referindo-se às negociações. Mário Mourão estava a ser questionado sobre as palavras de Rosário Palma Ramalho, que em declarações à RTP Madeira considerou que não é “tecnicamente possível” voltar à estaca zero tendo em conta que há uma anteprojeto com mais de cem alterações às leis laborais já apresentado.