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Governo, patrões e UGT assinam acordo de concertação social "num momento complexo"

Governo, confederações patronais e UGT assinaram esta terça-feira o acordo de concertação social com referências às dúvidas sobre a sua execução e à possibilidade de crise política. "As poucas medidas que negociámos neste acordo até podem estar em perigo", diz Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo (CTP)

01 de Outubro de 2024 às 10:34

O Governo, as confederações patronais e a UGT assinaram esta terça-feira o acordo de concertação em torno da valorização dos salários e das medidas de competitividade, "num momento complexo", como referiu depois da assinatura o secretário-geral da UGT, Mário Mourão.

"Este é um acordo celebrado num momento complexo", disse o secretário-geral da UGT, referindo-se aos atores políticos, num momento em que a viabilização do orçamento do Estado não está garantida. "A UGT defenderá este acordo e a sua plena concretização", acrescentou Mário Mourão, salientado que o que constava dos acordos assinados com o anterior governo não ficou esquecido.

"Estamos perante o risco de instabilidade política", disse também o presidente da Confederação Empresarial (CIP) que justificou a assinatura com a intenção de "ser parte dos consensos e não das divisões".

Francisco Calheiros, da Confederação do Turismo (CTP), foi direto ao afirmar que "as poucas medidas que negociámos neste acordo até podem estar em perigo". "Estou a pensar por exemplo na questão do IRC. Era muito claro baixar dois pontos [em 2025], neste momento o  que está escrito é uma redução progressiva [até 2028].

"É um acordo em que os parceiros sociais entregam a sua confiança ao Governo e às oposições", disse o presidente da Confederação dos Agricultores.

O que prevê o documento

Do acordo consta o aumento do salário mínimo para 870 euros no próximo ano (com aumentos anuais de 50 euros até aos 1.020 euros em 2028), mantendo-se a meta indicativa para aumentos gerais de salários de 4,7% no próximo ano. É introduzida a intenção de isentar os prémios de desempenhos de impostos, mas apenas quando as empresas aumentarem os salários base médios em linha com o referencial de 4,7%. A exigência também condiciona o incentivo em IRC.

Do acordo consta uma referência agora genérica sobre a intenção de reduzir o IRC (tendo caindo a referência à redução de dois pontos no próximo ano), uma redução das tributações autónomas, a atualização dos escalões do IRS (que os parceiros esperam que seja alinhada com o referencial do acordo de 4,7%) ou uma atualização dos limites do subsídio de refeição isentos de IRS quando pagos em cartão, entre outras medidas.

A CGTP voltou a ficar fora do entendimento e não assinou o acordo. Em comunicado, a CGTP defendeu que as medidas previstas no acordo estão "nos antípodas do urgente, possível e necessário aumento geral e significativo dos salários" ao travar a "insuficiente valorização" do salário mínimo e ao insistir na "falsa ideia" de que o salário médio poderá aumentar apesar das "normas gravosas da legislação laboral".

Notícia atualizada

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