Economia alemã corre o risco de estagnar (e ainda sem impacto das últimas tarifas)
Os institutos económicos alemães reviram em baixa as previsões de crescimento da Alemanha de 0,8% para 0,1% este ano. A projeção, que é habitualmente considerada pelo Governo alemão, ainda não tem em conta as últimas tarifas anunciadas por Donald Trump.
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A notícia é avançada pela Reuters, que cita duas fontes e que lembra que a economia alemã foi a única do G7 que não cresceu no ano passado.
Tendo em conta o impacto das últimas tarifas, a maior economia do Euro corre o risco de prolongar a recessão pelo terceiro ano consecutivo. Fechou 2024 com uma contração de 0,2% que se segue à de 0,3% no ano anterior.
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As projeções, que têm em conta as tarifas de 25% sobre o alumínio, o aço e os automóveis, mas ainda não as tarifas de 20% sobre outros bens anunciadas por Trump na semana passada, antecipam para 2026 um crescimento um pouco acima de 1%.
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Os conservadores liderados por Friedrich Merz ganharam as eleições em fevereiro e estão a negociar com os social-democratas a formação de um novo governo. Na sequência de uma primeira ronda de negociações, anunciaram um fundo de 500 mil milhões de euros para investimentos em defesa e infraestruturas.
As previsões do governo alemão, que incorpora nas suas a dos institutos, serão anunciadas na próxima quinta-feira.
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Embora as previsões agora antecipadas à Reuters não incorporem ainda o impacto da ronda de tarifas "recíprocas" quase global anunciada pelos Estados Unidos, é esperada uma penalização considerável no PIB germânico.
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Em cálculos iniciais avançados perto do final da semana passada, o instituto Ifo – uma das instituições responsáveis pela atual revisão de perspetivas – admitia um corte de 0,3 pontos percentuais na projeção de crescimento para este ano na Alemanha em resultado das novas taxas aduaneiras.
Este cenário significaria assim um terceiro ano consecutivo de perda de volume no PIB do país, pesem embora os estímulos orçamentais preparados pela futura coligação de Governo, incluindo uma revisão histórica dos limites constitucionais do défice para possibilitar o aumento dos gastos militares e em infraestruturas.
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Depois de a economia alemã ter, ainda no trimestre final de 2024, registado uma nova perda em cadeia, de 0,2%, os indicadores avançados sugerem a entrada em território mais positivo no primeiro trimestre.
O índice compósito dos gestores de compras (PMI) para a Alemanha fez algum progresso em terreno positivo em março (50,9), atingindo um máximo de dez meses, sendo apoiado pela primeira melhoria na produção da indústria em perto de dois anos.
Atualizado com mais informação às 18h36.
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