Juntos pela Catalunha e ERC apoiam investidura de Puigdemont
Os dias passam mas o novelo catalão continua por desenrolar. Esta terça-feira, 16 de Janeiro, os grupos parlamentares da aliança soberanista Juntos pela Catalunha (que integra o PDeCAT e movimentos independentistas) e da ERC (esquerda soberanista) alcançaram um acordo para apoiarem a candidatura de Carles Puigdemont a presidente do governo autonómico da Catalunha (Generalitat).
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Os deputados destes partidos independentistas acordaram ainda apoiar a candidatura de Roger Torrent (militante da ERC e número dois deste partido por Girona) à presidência do parlamento catalão, onde poderá substituir a ex-presidente soberanista Carme Forcadell.
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Torrent foi porta-voz adjunto da aliança Juntos pelo Sim (PDeCAT e ERC) que governou a Catalunha até ao recurso ao artigo 155 da Constituição através do qual o governo de Madrid assumiu a governação da região.
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Este acordo entre as duas principais forças independentistas – que somadas à CUP mantiveram a maioria parlamentar nas eleições de 21 de Dezembro último – acontece na véspera de, esta quarta-feira, tomarem posse os deputados eleitos, de ser votada a composição da Mesa do Parlamento regional e ainda o futuro presidente do plenário.
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A partir desta quarta-feira tem início a XII legislatura da Generalitat, começando também a contagem do período de 10 dias úteis para a realização do primeiro debate de investidura, previsivelmente em 31 de Janeiro.
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Para ser investido presidente da Generalitat na primeira sessão de investidura, um candidato precisa recolher um mínimo de 68 votos. Juntos pela Catalunha e ERC somam 66 assentos, embora os 4 deputados eleitos pelos independentistas de extrema-esquerda (CUP) possam fazer a diferença a favor de Puigdemont.
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Se o candidato não atingir esta fasquia, realiza-se uma segunda sessão de investidura, no prazo de dois dias, em que basta uma maioria simples para investir o próximo presidente catalão.
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Apesar de, aparentemente, Puigdemont ter os apoios parlamentares necessários à sua investidura, esta complica-se devido à ordem de prisão que sobre ele pende em Espanha, onde está acusado dos crimes de rebelião, sedição e desvio de fundos. Crimes pelos quais permanecem detidos outros ex-ministros da Generalitat, como é o caso do antigo vice-presidente catalão, Oriol Junqueras (ERC).
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Depois de ter sido anulado o mandato de captura europeu emitido pelas autoridades judiciais espanholas, Puigdemont mantém-se na Bélgica, sendo provável que, regressando a Espanha, seja de imediato detido.
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Puigdemont já propôs tomar posse à distância – através de videoconferência – ou delegando essa capacidade a um terceiro. Contudo, na segundo-feira os serviços jurídicos do parlamento catalão defenderam que para ser investido presidente da Generalitat, o candidato tem obrigatoriamente de marcar presença na sessão de investidura. Ainda assim, o documento assinado pelos advogados do "parlament" não tem carácter vinculativo, é meramente indicativo.
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Também ontem, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, avisou que se Puigdemont tentar concretizar a ideia "absurda" de ser investido à distância, Madrid pedirá ao Senado (onde o PP dispõe de maioria) que mantenha em vigor o artigo 155 que determinou a suspensão do autogoverno catalão.
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Enquanto passo prévio para amanhã tentar salvaguardar a tomada de posse como deputado, Carles Puigdemont jurou "por imperativo legal" a Consittuição espanhol e o Estatuto autonómico da Catalunha.
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