Rio sensibiliza Merkel para corte nos fundos de coesão proposto para Portugal
Angela Merkel prossegue hoje uma visita a Portugal, dia que passará em Lisboa e que começou com uma reunião privada com Rui Rio num hotel da capital, que precedeu o encontro da chanceler alemã com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a reunião com o primeiro-ministro, António Costa.
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Em declarações aos jornalistas no final, o presidente do PSD adiantou que o orçamento plurianual da Comissão Europeia para 2021-2027 foi um dos temas sobre os quais falou com Angela Merkel, uma vez que se trata de "interesse nacional" já que "Portugal perde 7%", segundo a proposta de Bruxelas.
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"Eu procurei sensibilizá-la para este facto e com isto dar também uma ajuda nas negociações que agora o Governo vai ter de conduzir, ainda que não se consiga recuperar tudo. Se não optimizarmos o montante de fundos comunitários, o investimento público em Portugal irá ressentir-se um pouco mais", avisou.
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Questionado sobre a sensibilidade manifestada por Merkel, Rui Rio disse apenas: "ouviu, percebeu a minha argumentação, agora teremos de ver o efeito que isso pode produzir nas negociações".
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"Também é verdade que não disse que ia ser uma defensora desta nossa pretensão nacional, mas ficou sensibilizada para esse aspecto", revelou.
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Para Rui Rio, "o relacionamento pessoal e a empatia pessoal é importante" nestas questões políticas internacionais.
"Este relacionamento pessoal é importante. Esta empatia que se consegue gerar é importante para depois haver uma predisposição favorável à ajuda de Portugal. O encontro é positivo, quer para o PSD, quer, muito principalmente, para Portugal", considerou.
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Na opinião do presidente do PSD, esta empatia com Angela Merkel estende-se "ao primeiro-ministro e particularmente com o Presidente da República, pela forma de ser" de Marcelo Rebelo de Sousa.
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Questionado sobre outros temas que tenham estado em cima da mesa do encontro, o líder do PSD adiantou que foi passada "em revista a situação portuguesa, seja do ponto de vista político seja do ponto de vista económico, e um pouco a situação europeia", designadamente os problemas em Espanha e particularmente em Itália.
"Portugal tem um endividamento público muito alto. Obviamente que se houver problemas em Itália e em Espanha e as taxas de juro dispararem na Europa, Portugal tem aqui um problema", adiantou.
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Na opinião de Rio, "no prazo mais alargado, que é o prazo que este Governo tem que vem desde 2015, aquilo que poderia ter sido feito era um esforço orçamental maior no sentido da indicação que damos ao mercado".
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"Nós não podíamos, em dois, três anos baixar a dívida de uma forma brutal, eu não sou demagogo. Agora poderíamos ter feito de uma forma mais incisiva e um pouco mais rápida, embora o valor da dívida fosse menor, mas não muito menor, os sinais que nós dávamos aos mercados, ao mundo, à Europa eram sinais mais sólidos", criticou.
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