Lecornu assinala "vontade partilhada" de que França tenha um Orçamento e vê eleições mais longe
O primeiro-ministro demissionário de França indicou que as consultas que já realizou com vários partidos mostram uma "vontade partilhada" de que o país tenha um Orçamento do Estado aprovado até 31 de dezembro.
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Sébastien Lecornu, primeiro-ministro demissionário de França, disse esta manhã de quarta-feira que as conversas que manteve com diversos partidos mostram uma "vontade partilhada" de que exista um Orçamento do Estado aprovado até final do ano.
Isso, acrescentou, reduz a possibilidade de que haja uma dissolução do Parlamento e eleições antecipadas.
"Esta vontade criam um dinamismo e uma convergência que, obviamente, tornam mais remotas as possibilidades de uma dissolução", sublinhou Lecornu no discurso desta quarta-feira, em Paris, sinalizando assim um otimismo face ao desfecho das negociações com os restantes partidos com assento parlamentar.
Lecornu revelou ainda que existe uma "convergência" para um défice inferior a 5% em vez dos 4,7% que o Governo pretendia, mas também deixou uma ressalva: "É necessário que o orçamento tenha um conjunto de parâmetros que permita à França continuar a avançar". Lecornu sublinhou que é "essencial" reduzir o défice para garantir a "credibilidade" do país nos mercados internacionais.
"É evidente que temos de sair desta situação. Isso significa também que esta vontade de aprovar um orçamento antes de 31 de dezembro obriga cada um a demonstrar capacidade em avançar", acrescentou no discurso. Durante a manhã desta quarta-feira, o primeiro-ministro demissionário vai receber os partidos da esquerda "para ver quais as concessões que exigem das outras forças políticas para garantir estabilidade".
O ainda primeiro-ministro gaulês assegurou que os ministros que tomaram posse domingo e passaram a demissionários na segunda-feira, não receberão a indemnização correspondente a três meses de salário.
“Esta noite irei ao Eliseu apresentar ao Presidente da República as soluções que estão sobre a mesa”, indicou. "Isto, se pudermos encontrar soluções", ressalvou
As palavras de Lecornu refletiram-se de imediato nos mercados, principalmente no da dívida. Os juros da dívida francesa a 10 anos recuam 4,2 pontos base para os 3,525%, mínimo desde sexta-feira, a última sessão antes da nova crise política em França.
(Notícia atualizada às 10:07 horas com mais informação)
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