pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Puigdemont recusa largar o poder e pede aos catalães "oposição democrática"

O recém-destituído presidente catalão fez uma curta declaração ao país onde recusa afastar-se e pediu aos catalães que resistam pacificamente. "Numa sociedade democrática são os parlamentos que escolhem os seus presidentes", afirmou.

carles puigdemont catalunha
carles puigdemont catalunha Reuters
28 de Outubro de 2017 às 16:43

O presidente do governo catalão destituído por Madrid na sexta-feira, Carles Puidgemont, não aceita o seu afastamento e pediu hoje aos catalães para fazerem uma "oposição democrática".

"Numa sociedade democrática são os parlamentos que escolhem os seus presidentes", disse Carles Puigdemont numa declaração oficial gravada previamente e transmitida em directo pelas televisões espanholas. Puigdemont sublinha que a sua vontade é "continuar a trabalhar" e pede a todos os catalães "paciência, perseverança e perspectiva".

Na curta intervenção de cerca de três minutos, Puigdemont explicou que, para "defender as conquistas conseguidas até hoje", é preciso manter uma "oposição democrática" à aplicação das medidas aprovadas em Madrid. "Continuamos a trabalhar para conseguirmos um país [Catalunha] livre" do domínio espanhol, afirmou o líder separatista catalão, assegurando que rejeita a utilização da "força". Carles Puigdemont fez a declaração oficial ao lado das bandeiras da Catalunha e da União Europeia, assumindo-se como líder de um país independente que pertence ao clube europeu.

O parlamento regional da Catalunha aprovou na sexta-feira a meio da tarde a independência da região de Espanha, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a Assembleia Regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupavam. Ao mesmo tempo, em Madrid, o Senado espanhol deu autorização ao Governo espanhol para aplicar o artigo 155º. da Constituição para restituir a legalidade na região autónoma.

O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou ao fim do dia a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de Dezembro próximo e a destituição de todo o Governo catalão, entre outras medidas. A partir de agora, cada ministério governamental de Madrid irá dirigir os correspondentes serviços regionais, tendo o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, delegado na sua vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaria, as funções e competências do presidente do governo da Catalunha cessante, Carles Puigdemont.

O Governo regional agora demitido por Madrid, apoiado desde 2015 por uma maioria parlamentar de partidos separatistas, organizou e realizou um referendo, considerado ilegal pelo Estado espanhol, em 01 de Outubro último. Nesse dia, numa votação com uma taxa de participação de 43% dos eleitores, votaram "sim" à independência 90% e os "constitucionalistas" (defensores da união com Espanha) boicotaram a consulta, ficando em casa.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio