Zelensky assume abrir mão da adesão à NATO para tentar chegar a acordo de paz
O presidente ucraniano admitiu este domingo, antes de partir para as conversações de paz que vão decorrer em Berlim, abrir mão da adesão à NATO em troca de garantias de segurança dos Estados Unidos e da Europa, num recuo nas intenções de Kiev que visam sobretudo avançar num acordo que cesse a invasão russa da Ucrânia.
"Desde o início, o desejo da Ucrânia era aderir à NATO, estas são garantias de segurança reais. Alguns parceiros dos EUA e da Europa não apoiaram esta direção", disse Volodymyr Zelensky em resposta a perguntas de jornalistas num chat de WhatsApp, citada pelo Financial Times e por várias agências noticiosas como a Reuters e Bloomberg.
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"Assim, hoje, as garantias de segurança bilaterais entre a Ucrânia e os EUA, garantias semelhantes ao Artigo 5.º para nós por parte dos EUA, e garantias de segurança dos colegas europeus, bem como de outros países — Canadá, Japão — são uma oportunidade para evitar outra invasão russa", disse Zelenskiy numa declaração citada pela Bloomberg.
"E já é um compromisso da nossa parte", disse, acrescentando que as garantias de segurança devem ser legalmente vinculativas.
Zelensky tinha apelado anteriormente a uma paz "digna" e a garantias de que a Rússia não atacaria a Ucrânia novamente, enquanto se preparava para se reunir com os enviados dos EUA e aliados europeus em Berlim. Agora, o Chefe de Estado ucraniano vai mais longe de forma a tentar colocar um ponto final no conflito armado.
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As reuniões de paz na capital alemã vão decorrer entre a equipa de negociação ucraniana liderada pelo secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa, Rustem Umérov, e os enviados dos EUA, Steve Witkoff e Jared Kushner.
Zelensky já se encontrou hoje, à chegada a Berlim, com o chanceler alemão Friedrich Merz e com a equipa norte-americana. Em declarações aos jornalistas, o Presidente ucraniano disse que ainda não recebeu uma resposta dos EUA às suas mais recentes propostas de alteração ao acordo de paz delineado pela Administração Trump. Entre as alterações está a rejeição de Kiev à pressão de Washington para que a Ucrânia ceda território à Rússia.
O controlo da região ucraniana de Donetsk continua a ser um aspeto central, com Moscovo a exigir a retirada dos ucranianos e Kiev a insistir em que as suas forças se mantenham nas frentes de batalha.
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A escolha de Donald Trump em enviar Witkoff, que liderou as negociações com a Ucrânia e a Rússia sobre uma proposta de paz dos EUA, parece ser um sinal de que Washington vê uma possibilidade de progresso quase quatro anos após a invasão russa em fevereiro de 2022.
Zelensky já disse que a Ucrânia, os europeus e os EUA estão a analisar o plano de 20 pontos da Administração Trump e que no final deste há um cessar-fogo, reforçando sempre que Kiev não tem conversações diretas com a Rússia.
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