O Presidente da Ucrânia disse estar preparado para ir a eleições mesmo durante a guerra com a Rússia, mas para isso pede garantias de segurança aos EUA e aos países europeus. 

“Estou a pedir agora, e a declará-lo abertamente, que os EUA nos ajudem. Juntamente com os nossos parceiros europeus, podemos garantir a segurança necessária para realizar eleições. Se isso acontecer, a Ucrânia estará preparada para realizar eleições nos próximos 60 a 90 dias”, disse Volodymyr Zelensky aos jornalistas, citado pelo The Kyiv Independent.       

“Pessoalmente tenho a vontade e prontidão para isso”, disse o líder ucraniano, pedindo aos deputados para preparar as propostas legislativas que permitiriam a realização de eleições durante a lei marcial, o que neste momento não é permitido.  

A proposta de Zelensky surge depois de, numa entrevista, Donald Trump ter acusado o presidente de estar a adiar a realização de eleições, utilizando a lei marcial e a guerra  como pretexto.

“Penso que é importante a realização de eleições. Eles [Ucrânia] estão a usar a guerra para não haver eleições, mas penso que as pessoas deveriam (…) ter essa escolha”, disse o Presidente dos EUA ao Politico.    

Na entrevista, bastante dura para com o regime ucraniano, Trump continuou as críticas. “Sabem, eles falam sobre uma democracia, mas chega a um ponto em que já não são uma democracia”.

As últimas eleições na Ucrânia realizaram-se em abril de 2019, em que Volodymyr Zelensky derrotou na segunda volta, por larga margem, o incumbente Petro Poroshenko. O mandato de cinco anos teria terminado cinco anos depois, em abril de 2024, caso não tivesse eclodido o conflito com a Rússia.