Governo vai “ajustar” medidas de apoio após recomendações de Bruxelas
Depois das recomendações da Comissão Europeia, o Governo vai "ajustar" as medidas para mitigar as perdas de poder de compra pela subida acentuada dos preços, com o ministro das Finanças a sinalizar o fim de apoios alargados relacionados com a energia e o reforço dos apoios para os mais vulneráveis.
Fernando Medina está nesta segunda-feira, 13 de março, em Bruxelas, para discutir no Eurogrupo as recomendações de política orçamental da Comissão Europeia para o próximo ano. Bruxelas quer que os governos da União Europeia (UE) retirem em 2024 as medidas de apoio às famílias e empresas que lançaram para fazer face à escalada dos preços da energia. O objetivo é que isso fique de alguma forma previsto no Programa de Estabilidade, que tem de chegar a Bruxelas em abril.
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Questionado sobre se o Governo português está disponível para o fazer, o ministro das Finanças admitiu que sim. "Temos de fazer uma adequação das medidas face à nova realidade com que estamos confrontados", começou por responder o governante português.
Considerando que a subida de preços não é agora tão acentuada como nos primeiros meses após o início da guerra na Ucrânia - em fevereiro os preços dos bens energéticos cresceram 1,9% em termos homólogos, quando, ao longo do ano passado, os aumentos chegaram a ultrapassar os dois dígitos, Fernando Medina frisou que "hoje os apoios podem ser mais bem calibrados, concentrando-se em que mais precisa".
Aliás, o ministro recordou que a recomendação da Comissão Europeia tem por base o "estado mais positivo dos mercados de energia" e que isso "aconselha a que os recursos sejam concentrados nos mais vulneráveis".
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"Faremos esse ajustamento sem deixar de apoiar quem mais precisa", afirmou.
"Estamos a entrar numa nova fase da economia da UE"
O ministro das Finanças considerou que esse é um dos dois principais tópicos em discussão nesta segunda-feira. "Estamos a entrar numa nova fase da vida económica da Europa, que marca um certo regresso a uma certa normalidade", depois dos anos da pandemia e do primeiro ano da guerra na Ucrânia.
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O segundo grande debate tem a ver com as regras da governação económica da Zona Euro, acrescentou. Depois de as regras orçamentais estarem suspensas desde o início da pandemia, o regresso ao limite de um défice de 3% acontece já em 2024.
Mas ao mesmo tempo, a Comissão Europeia e os Estados-membros ainda estão o método para definir trajetórias de redução de dívida pública nos vários países, com Bruxelas a propor que o processo se foque num único indicador, a despesa primária líquida, que servirá como base para que os países definam os seus caminhos de menos endividamento.
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Ainda assim, Medina considerou que Portugal parte de um ponto de partida mais favorável, depois de ter conseguido reduzir a dívida pública de 125,5% do PIB em 2021 para 115,7% em 2022.
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