Juncker cita artigo 49 e diz que o Reino Unido tem caminho de volta para a UE após o Brexit
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, reiterou esta quarta-feira, 17 de Janeiro, que a União Europeia continua de portas abertas para o Reino Unido, e admitiu esperar que, mesmo que o Brexit avance, o país queira um dia voltar a juntar-se ao bloco regional.
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Num discurso realizado no Parlamento Europeu, Juncker disse ainda que todos têm a sua quota de responsabilidade na decisão dos britânicos de abandonar a União Europeia, uma vontade expressa no referendo sobre o Brexit, realizado em Junho de 2016.
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"Ainda sinto que a saída do Reino Unido é uma catástrofe, sim, uma derrota em que todos devemos assumir a responsabilidade", afirmou o responsável. "Mas os motivos para a saída britânica são mais profundos. Como a primeira-ministra Theresa May disse, os britânicos nunca se sentiram à vontade na UE e durante 40 anos não tiveram a oportunidade de se sentir mais à vontade. É por isso que a responsabilidade é de tanta gente".
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Dirigindo-se aos deputados europeus, Juncker insistiu que a União Europeia continua disposta a negociar uma alternativa ao Brexit, e que o Reino Unido deve ter a possibilidade de regressar ao bloco regional, se assim o pretender.
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"Tusk e eu dirigimo-nos novamente ao governo do Reino Unido, ontem, e dissemos que se o povo britânico, o parlamento britânico e o governo britânico desejassem ir por outro caminho que não o Brexit, estaríamos preparados para o discutir. Não estamos a atirá-los para fora, queremos que fiquem. E se eles quiserem ficar, devem poder fazê-lo", sublinhou Junker, citado pela Reuters.
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"Mas notei que, em Londres, ficaram quase chateados com isto. Seja como for, depois de os britânicos saírem, ao abrigo do Artigo 50, ainda existe o Artigo 49, que permite um regresso, e eu gostaria disso", continuou.
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Os comentários do presidente da Comissão Europeia surgem numa altura em que está reaceso o debate em torno do Brexit, particularmente depois de Nigel Farage ter sugerido a realização de um segundo referendo sobre a saída da União Europeia.
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Na semana passada, o eurocéptico que liderou o Ukip e que foi um dos principais rostos do Brexit no Reino Unido, afirmou na televisão britânica que se deveria avaliar a possibilidade de se convocar uma segunda consulta popular sobre o futuro do país no bloco regional.
"Talvez esteja a chegar ao ponto de pensar que devêssemos ter um segundo referendo sobre a permanência na UE", afirmou durante uma intervenção no Chanel5.
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Ontem, porém, um porta-voz do governo de May afirmou que nem se coloca a questão de não dar seguimento ao veredicto alcançado no referendo de 2016 e preparar a saída do Reino Unido em Março do próximo ano.
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