Klaus Regling alerta que UE arrisca "não crescer" este ano devido à guerra na Ucrânia

"Se as projeções estiverem certas, a União Europeia enfrenta a possibilidade de não ter crescimento este ano", alerta o líder do Mecanismo Europeu de Estabilidade. Sugere ainda que "a zona euro e a UE têm de reforçar ainda mais a integração" para sair da atual crise.
Duarte Roriz
Joana Almeida 09 de Maio de 2022 às 17:35

A guerra na Ucrânia pode atrasar a retoma económica da União Europeia (UE) e poderá levar a uma nova recessão ainda este ano. O alerta foi deixado esta segunda-feira pelo diretor-geral do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MEE), Klaus Regling, pede uma maior integração europeia para ultrapassar a crise atual.

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"[A guerra na Ucrânia], além de provocar um terrível desastre humano, também está a afetar o desenvolvimento económico. Se as projeções estiverem certas, a UE enfrenta a possibilidade de não ter crescimento este ano", referiu, na conferência "Mecanismo Europeu de Establidade", organizada pelo Jornal de Negócios em parceria com a Universidade Católica, para celebrar o Dia da Europa.

Klaus Regling diz que, "felizmente", o crescimento verificado na UE em 2021 foi "extraordinariamente forte" e isso permitirá que, "mesmo que não haja crescimento no ano – trimestre a trimestre –, o PIB médio em 2022 ainda será quase 2% superior à média de 2021".

No caso de Portugal, referiu que é esperado que "a economia continue a sua recuperação em 2022 e 2023, mas a um ritmo mais lento do que o projetado antes da guerra na Ucrânia". "Embora o país tenha poucos laços comerciais e financeiros com a Rússia e a Ucrânia, os efeitos indiretos pesarão sobre o crescimento principalmente por via da subida dos preços da energia e alimentos e interrupções na cadeia de abastecimento", disse.

A subida da inflação é, no entanto, um risco a ter em conta, pois levará à perda de poder de compra, avisa. "Isso significa que o consumo real, que é um componente vital para o crescimento económico, cairá". 

"[A guerra na Ucrânia], além de provocar um terrível desastre humano, também está a afetar o desenvolvimento económico. Se as projeções estiverem certas, a UE enfrenta a possibilidade de não ter crescimento este ano", referiu, na conferência "Mecanismo Europeu de Establidade", organizada pelo Jornal de Negócios em parceria com a Universidade Católica, para celebrar o Dia da Europa.

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Klaus Regling diz que, "felizmente", o crescimento verificado na UE em 2021 foi "extraordinariamente forte" e isso permitirá que, "mesmo que não haja crescimento no ano – trimestre a trimestre –, o PIB médio em 2022 ainda será quase 2% superior à média de 2021".

No caso de Portugal, referiu que é esperado que "a economia continue a sua recuperação em 2022 e 2023, mas a um ritmo mais lento do que o projetado antes da guerra na Ucrânia". "Embora o país tenha poucos laços comerciais e financeiros com a Rússia e a Ucrânia, os efeitos indiretos pesarão sobre o crescimento principalmente por via da subida dos preços da energia e alimentos e interrupções na cadeia de abastecimento", disse.

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A subida da inflação é, no entanto, um risco a ter em conta, pois levará à perda de poder de compra, avisa. "Isso significa que o consumo real, que é um componente vital para o crescimento económico, cairá". 

Partilhar riscos para sair da crise

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Para evitar uma crise, sugere que "a zona euro e a UE terão de intensificar a cooperação e reforçar ainda mais a integração", através da criação de um orçamento comum para "financiar bens públicos europeus específicos como, por exemplo, a defesa, migração e alterações climáticas".  

Além disso, considera que devem ser dados passos para completar a União Bancária bem como a União dos mercados de capitais, com a criação de um "mercado financeiro totalmente integrado", que permitiria atenuar "as divergências cíclicas entre os Estados-membros", por via da partilha de riscos.

"Este pilar será ainda mais reforçado quando o MEE se tornar o suporte do mecanismo de resolução bancária da UE, emprestando-lhe dinheiro em caso de crise bancária grave. Mas falta-nos o terceiro pilar, um sistema comum que possa garantir os depósitos bancários das pessoas", argumentou. 

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