Ministro dos Negócios Estrangeiros grego visita a Rússia no dia do Eurogrupo

Nikos Kotzias vai reunir-se com os seus homólogos alemão e russo. O grande tema em cima da mesa das conversações vai ser a tensão no leste da Ucrânia, mas também o futuro da Grécia na Zona Euro. A relação com a Turquia, a situação em Chipre e o diferendo com a Macedónia também vão estar em destaque.
Nikos Kotzias Federica Mogherini
Reuters
André Cabrita-Mendes 10 de Fevereiro de 2015 às 12:07

O ministro dos Negócios Estrangeiros grego vai visitar a Alemanha e a Rússia numa semana decisiva para o futuro de Atenas com a reunião do Eurogrupo esta quarta-feira.

PUB

 

Nikos Kotzias (na foto, à direita) voa até Berlim esta terça-feira, 10 de Fevereiro, e até Moscovo na quarta-feira para se reunir com o seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, e russo, Sergei Lavrov. O grande tema em cima da mesa das conversações vai ser a tensão no leste da Ucrânia, mas também o futuro da Grécia na Zona Euro.

PUB

 

Grécia contra a imposição de mais sanções à Rússia

PUB

 

Em Atenas, várias fontes oficiais garantiram que a visita a Moscovo não representa um volte face na política externa grega. Mas o certo é que a Grécia mostra-se cada vez mais relutante em alinhar com as posições europeias em relação à Rússia.

PUB

 

Os parceiros europeus aprovaram no final de Janeiro a extensão das actuais sanções a Moscovo até Setembro, por estarem previstas para terminar em Março. Mas no encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas, Nikos Kotzias insistiu na remoção de uma cláusula que previa a imposição de novas sanções. Paralelamente, o responsável helénico insistiu para que o comunicado final não culpasse directamente a Rússia pelo conflito na Ucrânia.

PUB

 

As acusações, a nível internacional, de que Atenas está a aproximar-se do Kremlin, destinam-se a colocar pressão sobre a Grécia de forma a forjar um novo acordo com os parceiros europeus, acusam fontes do ministério de Negócios Estrangeiros grego, segundo o Kathimerini.

PUB

 

Dias mais tarde, Nikos Kotzias veio a público defender a continuação das relações entre a União Europeia e a Rússia. "A Grécia está interessada na estabilização e na paz na Ucrânia, assim como em evitar um afastamento nas relações entre a União Europeia e a Rússia", disse Nikos Kotzias a 1 de Fevereiro, à Athens News Agency.

PUB

 

Dois depois da sua eleição, o Governo grego veio a público criticar a União Europeia por ter divulgado uma declaração conjunta dos 28 países em que a Rússia era considerada responsável pelo ataque de artilharia à cidade ucraniana de Mariupol. Atenas veio a público dizer que o comunicado foi divulgado "sem a garantia do consentimento da Grécia. Neste contexto, está implícito que a Grécia não consente este comunicado".

PUB

 

A divergência em relação às sanções na Ucrânia é cada vez maior no seio da União Europeia. Apesar da aprovação por unanimidade de novas sanções na reunião de ontem em Bruxelas, nove países mostraram a sua relutância em alargar as restrições - Áustria, Chipre, República Checa, Grécia, Hungria, Itália, Luxemburgo, Eslováquia e Eslovénia.

PUB

 

Turquia, Chipre e a Macedónia também vão estar na agenda

PUB

 

Nos encontros com os seus homólogos, além da Ucrânia, Nikos Kotzias vai debater outros assuntos de política externa, entre os quais as relações entre a Grécia e a Turquia, a questão de Chipre e a estabilidade nos Balcãs.

PUB

 

O ministro grego queixou-se recentemente à alta representante para os negócios estrangeiros da União Europeia, Federica Mogherini, sobre a complacência europeia para com a Turquia, depois de um navio turco de investigação ter violado as águas territoriais de Chipre. Este incidente fez com que Nicósia suspendesse as conversações sobre a reunificação na ilha mediterrânica mediadas pelas Nações Unidas.

PUB

 

Nos Balcãs, existem também outros assuntos prementes para resolver. Berlim quer que a Grécia e a República da Macedónia cheguem a acordo sobre a disputa sobre o nome do país. É que o país tem o mesmo nome que a região do Norte da Grécia após a sua independência da Jugoslávia em 1991 e desde então Atenas e Skopje mantém um diferendo sobre a sua utilização. Atenas exige desde então que a República deixe de utilizar este nome.

PUB
Pub
Pub
Pub