Reformados gregos estão a mudar-se para um dos países mais pobres da Europa
George, de 75 anos, é um exemplo. Após a morte da esposa, há cinco anos, alugou o apartamento em Thessaloniki, a segunda maior cidade da Grécia, fez as malas e mudou-se para Sofia, a capital da Bulgária, onde, segundo o próprio, "vive-se como rei" com uma pensão mensal de 800 euros.
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"É claro que há dificuldades para se adaptar e fazer amigos", salvaguardou George, que preferiu não revelar o sobrenome por medo de ser perseguido pelas autoridades fiscais gregas. "Mas com o dinheiro que eu tenho, posso voltar à Grécia com frequência e ainda tenho a oportunidade de viajar."
A Grécia, destino de aposentados de outros países europeus, está a ver os seus cidadãos - como George - escolherem passar a velhice no país vizinho e mais barato do norte da União Europeia depois de sofrerem pelo menos 20 cortes de rendimentos durante a longa crise da dívida do país.
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É possível que eles agradeçam a mudança, já que os aposentados estão novamente na mira de um possível confronto da Grécia com credores, o primeiro desde que o país deixou o programa de resgate, em Agosto. O primeiro-ministro Alexis Tsipras pode criar uma impressão de recuo das reformas ao tentar evitar a implementação de cortes nas reformas, que deverão entrar em vigor no próximo ano.
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O orçamento da Grécia, submetido à Comissão Europeia a 15 de Outubro, inclui um cenário sem cortes nas reformas, acordado e pré-legislado em 2017 após meses de idas e vindas nas negociações. O Governo acredita que o país é capaz de cumprir a meta de superavit do orçamento antes do serviço da dívida de 3,5% do produto interno bruto sem esses cortes. Uma decisão sobre este assunto será tomada até ao final de Novembro, segundo uma autoridade europeia.
Atractividade búlgara
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Enquanto isso, os reformados gregos estão a fazer a escolha racional de mudar para a Bulgária. Em 2017, segundo dados do Eurostat, o órgão de estatísticas da União Europeia, o custo de vida da Grécia representava quase o dobro do da Bulgária - que era o mais baixo da UE.
Embora haja poucos dados para demonstrar a migração de aposentados gregos para o norte, algumas evidências sugerem que o fenómeno pode estar a ganhar força. O litro da gasolina custa 1,15 euros em Sofia, contra 1,60 euros em Atenas; um café expresso caseiro custa 2,30 euros, enquanto a mesma marca na Grécia custa por 4,70 euros; um bilhete de metro custa 80 centavos de euro, contra 1,40 euros. A factura do telemóvel custa a metade da grega.
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"Em geral, a vida é 30% mais barata do que na Grécia e isso se se escolher morar em Sofia, Burgas ou Plovdiv", disse George. "Em cidades ou vilas mais pequenas, a vida é ainda mais barata."
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(Texto original: Greek Retirees Are Moving to One of Europe’s Poorest Countries)
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