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Montepio diz que meta do Governo para o défice é optimista

O banco Montepio estima que o défice orçamental represente 2% do PIB este ano, acima da meta definida pelo Governo, de acordo com um relatório com as previsões económicas de 2017 divulgado hoje.

Mario centeno ministro finanças parlamento
Mario centeno ministro finanças parlamento Bruno Simão
30 de Janeiro de 2017 às 10:41

No 'outlook' divulgado hoje, o departamento de estudos do Montepio antecipa que o défice orçamental de 2017 represente de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), considerando que a redução do défice para 1,6% prevista no Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) é "demasiado optimista".

Os analistas do Montepio mantêm a estimativa de um crescimento económico de 1,5% este ano - em linha com o estimado pelo Governo, mas salientam que se observa "uma redução dos riscos descendentes".

Ainda assim, a nível interno, o banco continua a enumerar a possibilidade de instabilidade política, a difícil situação no mercado de trabalho, a debilidade do sistema financeiro, os objectivos de consolidação adicionais exigidos por Bruxelas e a pressão sobre as 'yields' da dívida pública entre os riscos que podem levar a uma revisão em baixa da previsão do crescimento do PIB.

A nível externo, o Montepio está preocupado com os riscos do 'Brexit' (saída do Reino Unido da UE), uma vez que "Portugal é particularmente vulnerável ao Reino Unido pela via do setor do turismo, dado a elevada contribuição dos turistas britânicos para a balança turística", mas também as incertezas da política económica que será decidida por Donald Trump, a tensão geopolítica no Médio Oriente, a situação na Grécia e a situação de mercados emergentes, como o Brasil e Angola.

Entre os fatores que podem levar a uma revisão em alta da previsão do Montepio está o baixo preço do petróleo, o euro fraco, a política monetária expansionista do Banco Central Europeu (BCE) e a possibilidade de a economia espanhola poder continuar a crescer acima do estimado.

"Espanha representou, em 2015, cerca de um quarto do total das exportações de bens portugueses e, no primeiro semestre de 2016, 26,5%, seguindo-se França (13,2%), Alemanha (12,1%) e Reino Unido (7,2%)", recordam os analistas.

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