Foi derrotado quem convocou "todos os demónios das opções únicas", diz PCP

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, frisou que a conquista de direitos foi "limitada e insuficiente", mas frisou que os comunistas "não desvalorizam avanços alcançados" nem querem "desperdiçar oportunidades".
Foi derrotado quem convocou "todos os demónios das opções únicas", diz PCP
Margarida Peixoto 29 de Novembro de 2018 às 14:19

Não foram só os partidos de direita os derrotados pela actual legislatura. Foi "desmentida a ideia" de que "restava o caminho do empobrecimento" e foram "derrotados também os que convocaram todos os demónios das opções únicas", disse Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, no encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2019, esta quinta-feira, na Assembleia da República.

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Para o líder comunista, é verdade que os avanços na conquista de direitos foram "limitados e insuficientes", até porque a resposta necessária "não é compatível com os constrangimentos que o governo do PS impõe" ao comprometer-se com "o grande capital, o euro e a União Europeia", argumentou.

Ainda assim, o PCP não desvaloriza "os avanços alcançados" e Jerónimo de Sousa recordou 28 medidas que considera positivas ao longo da legislatura, e mais uma dezena delas que serão tomadas no âmbito do Orçamento do Estado do próximo ano. Falou de melhoria de rendimentos, aumento de pensões, contratação de mais funcionários públicos, o acesso gratuito aos museus nos domingos e feriados, entre muitas outras iniciativas.

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Porém, os passos dados para taxar o grande capital foram "tímidos" criticou Jerónimo de Sousa, lamentando a não aprovação do novo escalão da derrama para empresas "com lucros de muitos milhões". E lembrou que em 2017 os salários pesavam 34,6% da riqueza do país, enquanto os rendimentos do capital pesavam 41,6%.

Do mesmo modo, o líder do PCP criticou a opção por preferir baixar mais uma décima o défice, em vez de investir ou financiar melhor os serviços públicos. Criticou também "as centenas de milhões" drenadas para o sector financeiro, "a recusa da reversão das PPP" e a falta de uma política para superar os "constragimentos de uma dívida pública sufocante e insustentável".

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