Governo revê em alta previsão do PIB para este ano no espaço de uma semana
Em apenas seis dias, o Governo melhorou a sua projeção de crescimento para este ano. No relatório do Orçamento do Estado entregue esta terça-feira à Assembleia da República, o ministro das Finanças, João Leão, inscreveu uma perspetiva de subida do PIB de 4,8%, duas décimas acima do valor que tinha sido confirmado pelo primeiro-ministro, na semana passada.
A 6 de outubro, o primeiro-ministro confirmou em declarações à agência Lusa que o Governo tinha partilhado o seu cenário macroeconómico com os partidos, adiantando que este previa "de facto um crescimento de 4,6% este ano e 5,5% no próximo ano". Porém, no documento entregue esta noite ao presidente da Assembleia da República, a projeção inscrita é de 4,8%.
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Para 2022, mantém-se a meta de 5,5% para a subida do PIB. O Governo espera uma recuperação expressiva das exportações no próximo ano, que deverão crescer 10,3%, uma dinâmica maior do que a antecipada para a subida das importações, que será de 8,2%. Ainda assim, o maior contributo para o crescimento da atividade económica continuará a ser dado pela procura interna (4,9 pontos percentuais), sendo o contributo da procura externa de 0,6 pontos.
No que diz respeito ao défice orçamental, o ministro das Finanças prevê agora 4,3% do PIB para 2021, um valor ligeiramente abaixo da meta de 4,5% que tinha sido projetada em abril, quando o Governo apresentou o Programa de Estabilidade. Mas apesar desta revisão em baixa, a meta para 2022 mantém-se em 3,2%, tal como já tinha projetado no âmbito do mesmo documento de abril.
A nova meta implica uma correção do défice de 1,1 pontos percentuais, o equivalente a cerca de dois mil milhões de euros.
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Dívida pública cai para 122,8% do PIB
No OE 2022, o ministro João Leão compromete-se com uma redução da dívida pública de 126,9% do PIB, para 122,8%. O valor previsto para este ano fica assim ligeiramente abaixo da perspetiva que tinha sido traçada em abril, quando o Executivo esperava uma dívida pública ainda de 128%. Para 2022 a diferença é menor: no Programa de Estabilidade já se esperava uma redução para 123% do PIB.
Esta redução do rácio da dívida pública é conseguida exclusivamente à custa da subida do PIB, uma vez que o contributo do saldo primário continua a fazer subir o endividamento, em 0,9 pontos percentuais do PIB.
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