PCP apresentou 126 medidas e conta com aumento da derrama garantido

O PCP apresentou 126 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) e mostrou-se confiante no compromisso assumido pelo Governo socialista de aumento da derrama para empresas com lucros acima de 35 milhões de euros.
Catarina Almeida Pereira 18 de Novembro de 2017 às 00:40

Segundo o líder parlamentar comunista, João Oliveira, além do aumento da derrama estadual de 7% para 9% para as empresas com aqueles resultados anuais, estão também contempladas no pacote de iniciativas uma série de descativações para investimentos em diversos ministérios e empresas públicas relacionados com a educação, saúde e transportes públicos, estas ainda sem garantias de aprovação.

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Em relação ao preconizado imposto sobre alimentos com alto teor de sal proposto pelo Governo e que o deputado do PCP já revelara que a bancada comunista iria votar contra, ao lado de PSD e CDS-PP, João Oliveira adiantou uma proposta alternativa que faça com que o Governo trabalhe "com indústria agro-alimentar para promover uma alimentação saudável", em vez de optar pela "taxação dos alimentos".

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"O Governo assumiu o compromisso connosco em relação à aprovação da derrama. Não tendo ficado fechado à partida se seria a integrar no OE2018 ou a apresentar na especialidade, foi, de resto, a primeira proposta de alteração que o PCP apresentou. Aquilo que esperamos é que esse compromisso seja cumprido como, de resto, foi assumido", garantiu João Oliveira sobre o aumento daquele imposto.

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João Oliveira revelou ainda "alguma abertura do Governo para considerar" a proposta comunista de alteração do artigo das cativações, no sentido de libertar "todas as verbas de investimento de medidas de programas em escolas, hospitais e clínicas, transportes rodoviários, ferroviários, marítimos e fluviais", além das verbas "já orçamentadas e inscritas nos planos de actividade" das empresas públicas.

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"Visa assegurar a descativação das execuções das medidas de investimento nas áreas da saúde, educação e transportes para permitir que nestes sectores se possa dar cumprimento ao investimento necessário para garantir o funcionamento com qualidade dos serviços públicos, considerando as carências séries que existem", disse, defendendo que só assim, no caso de várias empresas públicas, se poderá "encarar o ano de 2018 com a perspectiva de resolução de problemas que tem que ver com falta de pessoal ou operações de manutenção ou recuperação de equipamento".

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O líder parlamentar comunista elencou os montantes globais de investimento em causa, neste momento ainda sujeitos a cativações: cerca de 25 mil milhões de euros na saúde, 5.700 milhões de euros na educação e perto de 3,5 milhões de euros nos vários transportes.

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Entre outras medidas destacadas por João Oliveira contam-se a isenção de taxas moderadoras de doentes crónicos, o alargamento em 150 das salas de pré-escolar da rede pública de ensino, apoios aos sectores produtivos e às Pequenas e Médias Empresas, como a criação de um sistema de IVA de caixa e de conta corrente e o reforço aos apoios na agricultura e pescas relacionados com a electricidade verde e o gasóleo colorido.

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O deputado do PCP adiantou ainda a intenção da constituição de uma empresa pública de dragagens para planificar e realizar as intervenções necessárias para desimpedir a navegação.

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A isenção IVA para as corporações bombeiros, mas também do imposto sobre veículos e sobre produtos petrolíferos e um conjunto medidas na área da energia e seus custos, relacionadas com a tarifa social do gás natural e os preços do gás de garrafa, foram outras iniciativas referidas.

 

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O PCP pretende ainda a criação de um Conselho Consultivo, que defina orientação e estratégia sobre política científica e as necessidades e medidas futuras nesta área, e estender regime da gratuitidade dos museus nos domingos e feriados de manha a todos os museus sob tutela da Administração Central e não só, como até aqui, aqueles que estão sob tutela da Direcção Geral do Património Cultural.

 

A proposta de OE2018 foi aprovada na generalidade em 3 de Outubro, com votos favoráveis de PS, BE, PCP, PEV, a abstenção do PAN e votos contra de PSD e CDS-PP, tendo vindo a ser discutida na especialidade.

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Os partidos com assento parlamentar tinham até às 21:00 desta sexta-feira para apresentar propostas alternativas ao documento.

 

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As votações na especialidade, designadamente as propostas de alteração, decorrem entre quarta e sexta-feira, estando marcada a votação final global para segunda-feira (27 de Novembro).

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