Educação nega subida de contratos a prazo nos professores

Os dados da DGAEP apontam para um aumento de mais de 5.000 contratos a termo na Educação num ano. Ministério da Educação explica números com substituição dos professores com contratos da reserva de recrutamento.
Miguel Baltazar
Marta Moitinho Oliveira 16 de Maio de 2017 às 19:04

O Ministério da Educação rejeita que o aumento de contratos a termo entre os professores revelado pelos dados do Ministério das Finanças resulte de um agravamento da precariedade. A secretária de Estado adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, explica que na origem da subida dos contratos a termo estão as substituições de professores que tiveram de sair, na grande maioria dos casos devido a baixas médicas.

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No Parlamento, o ministro da Educação defendeu que "há uma estratégia global de combate à precariedade" e que os "professores foram os primeiros a ter um regime extraordinário" de colocação. Tiago Brandão Rodrigues falava esta terça-feira no Parlamento, perante os deputados da comissão de Educação e Ciência.

Álvaro Batista, deputado do PSD, lembrou os números divulgados um dia antes pela Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), que dão conta de um aumento do número de 5.016 contratos a prazo na educação entre Março de 2016 e Março de 2017. "A precariedade aumentou", concluiu o parlamentar social-democrata. Aliás, o aumento do emprego no Estado foi justificado pelos contratos a prazo. 

Baixa explica 90% das substituições de professores

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Baixa explica 90% das substituições de professores

A secretária de Estado Adjunta e da Educação recusou esta conclusão e defendeu que essa subida revelada pelas estatísticas não corresponde a um aumento das situações de precariedade.

"Estes contratados a termo são porque fizemos as substituições a tempo", disse Alexandra Leitão, acrescentando tratar-se da resposta às situações de baixa de professores – "90% das substituições são baixas" - ou de mobilidade. Existem "contratos activos que colocámos em reserva de recrutamento. São 8.000 contratos", referiu a governante. Antes o ministro da Educação tinha explicado que estes contratos são "completos".

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Quase todos os partidos questionaram o Ministério da Educação por causa da precariedade nas escolas. A equipa de Tiago Brandão Rodrigues adiantou que está em preparação uma revisão da portaria que fixa o número de assistentes operacionais para que no próximo ano lectivo possam existir mais apoios aos alunos.

Além disso, o Ministério da Educação adiantou que nas revisões dos contratos de concessão com as empresas que fornecem as refeições escolares já estão a ser colocadas condições para que os trabalhadores destas empresas tenham um salário todos os meses do ano e não apenas nos meses correspondentes ao ano lectivo. 

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