Projetos do PT2030 que não arranquem em 90 dias vão ter apoio revogado

Ministro Castro Almeida quer evitar atrasos no arranque dos projetos que beneficiam de fundos europeus e refere que esta é uma "prática que se entranhou" e prejudica a execução. Novas regras deverão entrarem em vigor em breve e abranger o PT2030.
Ministro Castro Almeida anunciou novas regras para execução de projetos do PT2030 no Parlamento.
Miguel A. Lopes / Lusa - EPA
Joana Almeida 11:48

O Governo anunciou esta quarta-feira que vai criar novas regras para que os beneficiários de fundos europeus que não comecem a executar os projetos 90 dias, após o termo de aceitação, tenham o apoio revogado. A medida deverá entrar em vigor em breve e vai permitir acelerar a execução do Portugal 2030, que está atualmente nos 10%.

“Vamos pôr em prática regras temporais para executar os planos. Para quem não cumprir dentro dos prazos, executamos o contrato que prevê que, nesse caso, se cancela o compromisso. Há uma obrigação de começar a executar 90 dias depois do termo de aceitação. Quem não começar a executar no prazo de 90 dias, vai ser notificado e, se não houver razão, será revogado o apoio”, referiu o ministro da Economia e da Coesão Territorial, no Parlamento.

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Segundo o ministro, o atraso no arranque dos projetos "é uma prática que se entranhou nos beneficiários de fundos europeus, de que o que é importante é ter a aprovação dos projetos e depois a execução vai-se fazendo com tempo". "Esta é uma prática que vamos ter de mudar", sublinhou. Há esta má prática, de públicos e privados, de se esforçarem muito para ter o apoio aprovado e depois serem pouco diligentes a iniciar as obras".

O anúncio deste aperto nas regras de execução dos projetos surge num , que pode levar Portugal a perder verbas europeias caso não atinja um patamar mínimo de execução. Segundo as regras europeias, cada programa operacional do PT2030 deverá ter uma execução mínima que divida a sua dotação total por sete (o número de anos de programação dos quadros comunitários).

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Para acelerar a execução, o Governo está a trabalhar paralelamente numa . Essa nova adenda surge depois de o , que previa ajustes em quase todos os programas operacionais para evitar perda de fundos europeus. Porém, no dia seguinte à entrega dessa reprogramação, , de forma a incluir cinco novas prioridades, como defesa, habitação e competitividade.

No Parlamento, Manuel Castro Almeida referiu que o Governo tem interesse em ajustar o plano de execução do atual quadro comunitário de apoio, dadas as "vantagens" em enquadrar projetos nas .

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"Se Portugal reforçar estas novas prioridades, vamos ter vantagens de execução. Vamos ter pré-financiamentos e esses contarão para o cumprimento da regra N+3", afirmou, sublinhando que o cumprimento desta regra, que se começa a aplicar este ano, é "difícil", porque o PT2030 arrancou com atraso. "Temos um ano e meio para executar o que teríamos de executar em três anos", lamentou.

Manuel Castro Almeida disse ainda que, em relação à análise de candidaturas, os beneficiários intermédios estão a ser "muito mais rápidos na análise". " – que é o que a lei prevê –, mas posso dizer que, no final da próxima semana, dos milhares de candidaturas que o IAPMEI analisa estarão fora de prazo apenas 15. Isso quer dizer que estamos a chegar perto do ponto que queremos que é ter as candidaturas analisadas dentro do prazo", rematou.

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