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Reprogramação do PRR vai reforçar verbas para agendas mobilizadoras e inovação

O ministro Manuel Castro Almeida avançou, no Parlamento, que a nova adenda ao PRR deverá trazer um reforço de verbas para as agendas mobilizadoras, inovação e escolas. O Governo está ainda a avaliar que projetos podem vir a cair, mas adianta já que o financiamento das obras no metro de Lisboa deverá ser novamente revisto.

Ministro Manuel Castro Almeida diz que nova reprogramação será para 'simplificar procedimentos'.
Ministro Manuel Castro Almeida diz que nova reprogramação será para "simplificar procedimentos". Paulo Novais / Lusa - EPA
11:07

A nova reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vai reforçar a ambição nas agendas mobilizadoras, no instrumento financeiro para a inovação e competitividade, e nas unidades de investigação e infraestruturas científicas. O anúncio foi feito pelo ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que sublinha que esta adenda ao plano atual será apenas para “simplificar procedimentos”.

O que estamos a fazer agora não é uma ; é uma revisão para simplificar procedimentos do PRR. Não vamos introduzir novos projetos – a Comissão Europeia não aceita que isso se faça, nem a Portugal nem a outro Estado-membro. Vamos rever, sobretudo a forma de controlar e de especificar os marcos e metas do PRR”, referiu o ministro Manuel Castro Almeida, no Parlamento, sobre a reprogramação do PRR e do PT2030.

Manuel Castro Almeida salientou que o PRR português tem “muitos marcos e metas” e está “muito segmentado”, o que faz com que o processo de prova e verificação do cumprimento desses marcos e metas seja mais demorado do que noutros Estados-membros. “Um dos objetivos desta reprogramação não é eliminar resultados, reduzir ambição, mas sim reduzir alguns dos marcos e metas que são necessários para o objetivo final”.

O ministro deu como exemplo o PRR alemão, que é “substancialmente superior ao português” mas o número de marcos e metas a cumprir é “de menos um terço”. “É uma forma diferente de construir, estando menos agarrados a comprovações”, disse, reiterando que a ideia desta reprogramação é diminuir a “burocracia associada à comprovação de marcos e metas”.

Sobre os projetos que deverão sair do PRR, o para perceber que projetos é que não irão estar concluídos até ao limite de agosto de 2026. Para já, ainda não há uma lista fechada de quais os projetos que deverão cair, mas o Governo adianta que deverá ser reduzida novamente a ambição na linha de metro de Lisboa, que continua a registar atrasos.

“Estamos a fazer o levantamento do que pode ter de sair por não ser possível executar dentro do prazo. Não temos nenhuma opção de retirar nenhuma obra do PRR. Temos de ser convencidos a retirar se verificarmos que não é possível fazê-lo dentro do prazo”, disse.

Apesar de esse ser um trabalho que está ainda em curso, o Governo avançou que sabe já onde é que vai “aumentar a ambição relativamente aos projetos que tiver de tirar”. “O que está definido é [reforçar] em unidades de investigação e infraestruturas científicas, aumentar nas agendas mobilizadoras e no instrumento financeiro para a inovação e competitividade”, avançou, acrescentando também um reforço da ambição para as escolas.

Estamos a fazer o levantamento do que pode ter de sair por não ser possível executar dentro do prazo. Não temos nenhuma opção de retirar nenhuma obra do PRR (...) Mas sabemos onde vamos aumentar a ambição. Manuel Castro Almeida, ministro da Economia e da Coesão Territorial.

Manuel Castro Almeida reiterou que, com esta reprogramação, a ideia do Governo é garantir que é executada a totalidade das subvenções a que Portugal tem direito e, por isso, o , lançado em junho com uma .

Em relação a este instrumento financeiro, o ministro avançou que, na próxima semana, serão lançados os primeiros três concursos, com uma dotação total de 300 milhões de euros “Este é um valor indicativo, porque muito provavelmente o valor que irá ser atribuído no final será superior”.

O ministro rejeitou ainda a ideia de que a nova reprogramação esteja a ser feita para recuperar atrasos na execução. “O PRR tem a sua execução sob controlo. Os prazos estão a ser cumpridos e os pedidos de pagamento estão a ser feitos a tempo. Não há atrasos na execução do PRR. E o oitavo pedido de pagamento será apresentado dentro do prazo”, disse.

A reprogramação do PRR terá de estar concluída, segundo Manuel Castro Almeida, até “ao final do mês de outubro” e só depois avançará com o oitavo pedido de pagamento, já com marcos e metas antecipados dos pedidos seguintes. “Depois de apresentar a revisão do PRR, apresentaremos o oitavo pedido de pagamento. Vamos antecipar uma dezena de marcos e metas que estão previstos para o nono e décimo pedido de pagamento”, adiantou.

Reprogramar PT2030 para aproveitar "vantagens" na execução

Sobre a reprogramação do PT2030, o Governo manifestou interesse em ajustar o plano de execução do atual quadro comunitário de apoio, dadas as “vantagens” em enquadrar projetos nas : a defesa e segurança; a habitação a preços acessíveis; a competitividade e descarbonização da União Europeia (UE); a transição energética; e a resiliência da água.

Se Portugal reforçar estas novas prioridades, vamos ter vantagens de execução. Vamos ter pré-financiamentos e esses contarão para o cumprimento da regra N+3”, referiu, sublinhando que o cumprimento desta regra, que se começa a aplicar este ano, é “difícil”, porque o PT2030 arrancou com atraso. “Temos um ano e meio para executar o que teríamos de executar em três anos”, lamentou.

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