Pedro Dominguinhos pede "acompanhamento de proximidade" para acelerar PRR
Presidente da comissão de acompanhamento do PRR defende que "o princípio de pagar a horas é essencial" para evitar atrasos. E pede uma maior articulação entre beneficiários intermédios e finais para agilizar pagamentos.
A pouco mais de ano e meio para terminar o prazo para executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o presidente da comissão nacional de acompanhamento do plano, Pedro Dominguinhos, considera que falta "um acompanhamento de proximidade" para acelerar os investimentos que estão no terreno.
"[É preciso] um acompanhamento de muita proximidade. Por exemplo, quando solicitamos dados sobre qual é o ponto da situação da obra X no local Y, aquilo que alguns organismos nos dizem é 'vou perguntar', quando tem que ser feito um acompanhamento semanal", defende o presidente da comissão de acompanhamento do PRR, em entrevista ao Negócios e à Antena 1.
Pedro Dominguinhos defende que, do ponto de vista processual, é importante que a articulação entre quem gere e coordena a execução do PRR e quem executa efetivamente os investimentos funcione "corretamente". "O que não podemos exigir é que as entidades, sobretudo nesse caso do setor social, continuem a ir à banca para tesouraria, porque chegam a uma certa altura que não têm capacidade de endividamento, até porque estão a comprometer a sustentabilidade futura", alerta.
Para Pedro Dominguinhos, "o princípio de pagar a horas é essencial" para evitar atrasos nos investimentos. "Se a obra parar três semanas, não conseguimos recuperar porque não há capacidade de incluir mais recursos nessa mesma obra", nota o presidente da comissão de acompanhamento do PRR.
No mais recente relatório anual da comissão, 20% dos investimentos analisados são classificados como estando em estado "crítico". Em causa estão, concretamente, 24 dos 119 investimentos ou medidas inscritos no PRR, com destaque para as áreas da saúde, habitação, apoios às empresas, infraestruturas, hidrogénio, florestas e cultura.
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