As despesas com habitação têm pesado cada vez mais nos bolsos das famílias. Novos dados do Centro de Estudo Sociais da Universidade de Coimbra citados pelo jornal Público dão conta que 74% dos inquilinos residentes na Grande Lisboa estão em situação de sobrecarga financeira, ou seja, a gastar mais de 35% do rendimento para pagar despesas de habitação. 

Sabe-se que a maioria destes inquilinos, cerca de 45% se encontrava em situação de sobrecarga financeira elevada, com os custos de habitação a representarem mais de metade dos rendimentos disponíveis. Cerca de 26% dos inquilinos admitiram ter uma taxa de esforço igual ou superior a 35% e 29% estar em situação de sobrecarga moderada. 

O estudo traçou um retrato "tripartido" do mercado de arrendamento em Portugal: segmento liberalizado, que apresenta mais peso e é constituído por contractos mais recentes; segmento protegido, das chamadas rendas antigas, cujas casas têm "más condições de habitabilidade" e estão "muito degradadas"; segmento informal, onde se encontram diferentes situações mas sempre sem contrato formal, sendo neste último formato que se concentra a "precariedade laboral, habitacional e de cidadania".