Há portugueses que assumem declarar rendimentos ilícitos no IRS
Na decisão instrutória da Operação Marquês, o juiz Ivo Rosa decidiu não pronunciar José Sócrates por fraude fiscal qualificada - entre muitos outros crimes -, argumentando que os rendimentos obtidos através de um crime não tinham de ser declarados ao fisco.
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Disse até que este crime não se enquadra em nenhuma das categorias previstas no IRS.
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Mas há já mais de duas décadas que a lei prevê a declaração de rendimentos de atos ilícitos, que deverão ser declarados no anexo G da declaração.
Sobre esta polémica, a plataforma de contratação de serviços locais Fixando promoveu um inquérito junto de 700 contabilistas e 6.300 utilizadores da plataforma.
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Grande conclusão: 5% assume ter já declarado no IRS rendimentos ilícitos, enquanto 54% afirma ser muito improvável considerar declará-los caso os tenham obtido.
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Nas questões colocadas especificamente aos contabilistas da maior plataforma nacional para a contratação de serviços, ficou-se a saber que nem um daqueles profissionais declarou rendimentos provenientes de atos ilícitos, embora 57% tenha afirmado que, na sua perspetiva, é pouco frequente declararem rendimentos dessa natureza, e 14% adiantado que, no futuro, se tornará mais frequente este tipo de declaração.
"Se um cliente me disser que tem rendimentos de atos ilícitos, terei de o denunciar", afirmou um contabilista, sem querer identificar-se.
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Relativamente à entrega da declaração do IRS, que começou dia 1 de Abril, 43% dos inquiridos respondeu que já o tinha feito até à passada sexta-feira, mas 39% revelou não saber preencher e tratar corretamente do IRS sozinho, recorrendo ao apoio de contabilistas, amigos e familiares. Entre outras razões para pedir ajuda, 20% disse que "é mais cómodo" e 14% alegou que "não tem tempo".
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