PS força adiamento da discussão de descida de IRS no Parlamento
O Partido Socialista invocou o uso de um direito potestativo para pedir o adiamento da proposta do PSD para a descida de IRS, agendada para esta quarta-feira. PSD diz que socialistas estão a bloquear o processo.
O Grupo Parlamentar do PS usou um direito potestativo de que dispõe para pedir o adiamento da discussão e votação da proposta de texto de substituição relativa à descida do IRS apresentada pelo PSD, que estava agendada para esta quarta-feira na Comissão de Orçamento e Finanças (COF).
O objetivo, explicou António Mendonça Mendes, é que a proposta em causa "possa continuar a ser discutido no ambito do processo em curso na especialidade" e haja hipótese de se chegar a um acordo. "É esse o objetivo do PS e achamos que há todas as condições para o fazer", sublinhou o deputado socialista, acrescentando que "este adiamento não interfere com a possibilidade de a 1 de julho já poderem estar ajustadas as tabelas de retenção na fonte".
O PSD, pela mão de Hugo Carneiro, protestou, lamentando que "esteja a ser criado um bloqueio a que possamos concluir" a revisão dos escalões do IRS e sublinhando, mais uma vez, o esforço de aproximação que foi feito às propostas dos demais partidos. A proposta inicial do Governo, discutida na generalidade a 24 de abril, baixou à comissão sem ser votada por um período de 15 dias, juntamente com os projetos de lei do PS, PCP e Bloco (aprovados na generalidade), bem como duas iniciativas do Chega e da IL, que também não foram votadas. Foi então aju
A proposta inicial do Governo, discutida na generalidade a 24 de abril, baixou à comissão sem ser votada por um período de 15 dias, juntamente com os projetos de lei do PS, PCP e Bloco (aprovados na generalidade), bem como duas iniciativas do Chega e da IL, que também não foram votadas.
Este processo acabaria por ser interrompido porque esta segunda-feira o PSD e o CDS-PP apresentaram uma proposta de texto de substituição da proposta inicial do Governo. Os deputados da AD defenderam que o texto de substituição já incluía um conjunto de cedências da sua parte e, também, uma aproximação às propostas dos outros partidos, mas a iniciativa foi mal recebida pelo PS, que continua a não concordar com as alterações propostas e acusou a A de "deslealdade parlamentar" e de bloquear as negociações.
Esta terça-feira, AD e PS desdobraram-se em declarações de que nenhuma das partes estava disposta a ir mais longe, mas os deputados dos partidos que suportam o Governo no Parlamento insistiram em levar já a discussão e votação a proposta de substituição. Restaria ao PS votar contra ou pedir um adiamento, que foi o que acabou por acontecer,
Perante os protestos do PSD e do CDS-PP de que a questão é urgente, para que mais rapidamente a descida de impostos possa ser refletida nas tabelas de retenção na fonte, António Mendonça Mendes argumentou que as tabelas são ajustadas por despacho do ministro das Finanças e que, por isso, não há razão para que não possam entrar em vigor logo no início do segundo semestre.
A ideia, agora, é que o processo legislativo prossiga o seu curso tal como estava previsto. Mantem-se em cima da mesa a proposta do Governo (apesar de já terem passado os 15 dias), bem como as dos restantes partidos (PS, Bloco, PCP, Chega e IL), e até 31 de maio, quem assim o entenda apresentará as propostas de alteração que deseje.
(notícia atualizada com mais informação)
Mais lidas