pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Escalões de IRS só sobem 3,51% em 2026. Veja aqui a nova tabela

O Governo quer atualizar os escalões de IRS em 3,51%, o que trará agravamento fiscal para aumentos salariais superiores. Ministro das Finanças defende que descida de taxas negociada com Chega compensará.

José Sena Goulão/Lusa
13:47

O Executivo vai limitar-se a subir os escalões de IRS em 3,51%, seguindo a fórmula automática de atualização prevista na lei, que fica abaixo da meta de subida de salários para o próximo ano, assim como abaixo das previsões das principais instituições económicas nacionais para aquela que deverá ser a subida média de salários no próximo anos. Assim, a carga fiscal do imposto deverá subir, com maior arrecadação para o Estado.

Desde o ano passado que o Código de IRS inclui um artigo destinado a evitar que os escalões do imposto fiquem congelados, o que tendencialmente representaria um agravamento da carga fiscal do imposto para os contribuintes com atualizações de salários.

Para este ano, a fórmula prevista no artigo sugeriu uma atualização em 3,51%.

Tabela de rendimento coletável e taxas de IRS

O mecanismo, introduzido pela coligação PSD/CDS-PP, atualiza escalões de acordo com a evolução da produtividade e da inflação, e atua automaticamente “salvo disposição em contrário”. Ou seja, o Governo tem sempre a opção de legislar valores diferentes de atualização de escalões. Nomeadamente, para acompanhar as metas salariais que o próprio tenha fixado, como sucede no acordo de Concertação Social para a valorização de salários, onde se prevê um aumento da remuneração média nacional em 4,6%.

No final do segundo trimestre deste ano, a média salarial estava a subir 6%, a um  ritmo inclusivamente mais acelerado do que sucedia no primeiro trimestre. Com a estabilização da inflação é de esperar algum abrandamento nas subidas, mas ainda assim estas deverão permanecer elevadas. O Conselho das Finanças Públicas assume para o próximo ano 4,2% de aumento nas remunerações por trabalhador. Já o Banco de Portugal aponta para 4,1% de subida.

Já o Governo está a prever uma subida de salários média de 5,3% no próximo ano, muito acima da atualização de escalões.

Além da atualização de escalões de IRS, o Orçamento do Estado para 2026 inclui também uma redução das taxas marginais do segundo ao quinto escalão, em 0,3 pontos percentuais, acordada entre Governo e Chega no verão.

Em junho deste ano houve uma descida das taxas, volta a haver uma descida, e portanto, mesmo quem tem um aumento acima de 3,5% terá, na esmagadora maioria dos casos, um desagravamento fiscal seja por via dos escalões, seja por via do desagravamento das taxas. Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças

Na apresentação da proposta do Orçamento em conferência de imprensa, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu que "a atualização dos escalões foi feita de acordo com a lei que o Parlamento aprovou há um ano e pouco”. 

Sarmento veio também defender que, apesar do agravamento fiscal para quem tiver subidas salariais acima de 3,5%, a descida de taxas trará alguma compensação. “Em junho deste ano houve uma descida das taxas, volta a haver uma descida, e portanto, mesmo quem tem um aumento acima de 3,5% terá, na esmagadora maioria dos casos, um desagravamento fiscal seja por via dos escalões, seja por via do desagravamento das taxas", argumentou.

Notícia atualizada com declarações do Ministro das Finanças.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio