Dono da Feira dos Tecidos guarda diamantes na Suíça

Serafim Martins, detido pela PJ enquanto fazia uma peregrinação a pé a Fátima, diz que guardou diamantes na Suíça. A investigação acredita que boa parte da fortuna do empresário do têxtil, parte da qual constituída a defraudar o Estado, está no país helvético.
Polícia Judiciária PJ
Bruno Simão/Negócios
12 de Maio de 2015 às 09:47

O dono do grupo Feira dos Tecidos, detido na passada quarta-feira por suspeitas de liderar uma rede criminosa com o intuito de lesar o Estado, foi apanhado nas escutas da Polícia Judiciária a combinar uma viagem à cidade de Basileia, na Suíça, para fornecer um código de abertura de um cofre ao filho. Serafim Martins diz que o cofre guarda diamantes que durante vários anos estiveram em Portugal.

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Segundo relata esta terça-feira pelo Jornal de Notícias, Serafim Martins foi escutado pela PJ com um dos filhos, a viver em Londres, onde este lhe pedia para se deslocar a Basileia, para lhe fornecer um código para abrir um cofre. Que cofre é este e o que abriga? O empresário explicou às autoridades que serve para guardar uma quantidade "apreciável" de diamantes que tinha há alguns anos em Portugal. Mas a juíza de instrução criminal não acreditará nesta versão, suspeitando que o empresário guarda na Suíça uma parte considerável da sua fortuna, que terá sido acumulada também a defraudar o Estado.

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Diz o Jornal de Notícias que esta suspeita esteve na base da confirmação da prisão preventiva por parte do Tribunal de Instrução Criminal do Porto. A investigação considera que, pelo menos desde 2010, o dono da Feira dos Tecidos é responsável por um prejuízo de dezenas de milhões de euros ao Estado, em IVA e IRC.

 

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Serafim Martins liderará uma rede de empresas, com múltiplos testas-de-ferro, que faziam negócios de importação e exportação sustentados em facturas falsas, resume o JN. Foi detido na passada quarta-feira, enquanto fazia uma peregrinação a pé a Fátima, juntamente com mais oito pessoas, entre as quais avultam contabilistas e advogados.

 

Três ficaram em prisão preventiva, suspeitos de associação criminosa, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Implicado estará também, segundo o JN, um chefe de equipa da Direcção de Finanças do Porto, que não chegou a ser detido. 

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