Polícia brasileira prende ex-ministro Geddel Vieira Lima

A polícia brasileira prendeu na segunda-feira Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo, suspeito de atrapalhar as investigações de fraude na concessão de créditos do banco público Caixa Económica Federal.
Reuters
Lusa 04 de Julho de 2017 às 00:20

A prisão foi pedida por elementos do grupo de trabalho da Operação Greenfield, uma investigação policial que apura desvios de recursos de fundos de pensões, bancos públicos e estatais do Brasil.

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Num comunicado, a Procuradoria da República do Distrito Federal informou que a prisão do ex-ministro tem como fundamento elementos reunidos a partir de informações fornecidas pelo ex-banqueiro Lúcio Bolonha Funaro, o empresário Joesley Batista e o director jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva.

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Estas testemunhas afirmaram que o político brasileiro tem agido para atrapalhar as investigações. "O objectivo de Geddel [Vieira Lima] seria evitar que o ex-presidente da câmara baixa parlamentar, Eduardo Cunha, e o próprio Lúcio Funaro firmassem acordos de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF)", indica o comunicado.

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O ex-ministro também é acusado de "actuar no sentido de assegurar que ambos [Eduardo Cunha e Lúcio Funaro] recebam vantagens indevidas" para não confessarem a participação em crimes nem fornecerem informações sobre esquemas de corrupção dos quais ambos têm conhecimento.

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A Procuradoria da República do Distrito Federal destacou ainda que Geddel Vieira Lima estaria a monitorizar o comportamento de Luiz Funaro para o constranger e evitar que fechasse um acordo de colaboração com a Justiça brasileira.

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Para provar a interferência, foram anexadas ao pedido de prisão algumas mensagens enviadas pelo ex-ministro, entre os meses de Maio e Junho deste ano, à mulher de Lúcio Funaro. "Nas mensagens, o ex-ministro, identificado pelo nome de código "Carainho", sonda a mulher do ex-banqueiro sobre a disposição de ele se tornar um colaborador do MPF", destacou o órgão de Justiça brasileiro.

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Com base nestes elementos, os investigadores apontaram que Geddel Vieira Lima "continua a agir para obstruir a descoberta dos crimes e ainda reforça o perfil de alguém que reitera na prática criminosa" e que, portanto, deveria ser detido.

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O ex-ministro é um dos políticos brasileiros envolvidos na Operação Cui Bono, iniciada em 13 de Janeiro deste ano para apurar irregularidades cometidas na Caixa Econômica Federal. Esta operação teve origem na análise de conversas registadas num telemóvel apreendido na casa do ex-deputado Eduardo Cunha.

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"Os teores das mensagens [apreendidas no telemóvel] indicam que [Eduardo] Cunha e Geddel [Vieira Lima] actuavam para garantir a liberação de recursos por vários sectores da Caixa Económica Federal a empresas que, após o recebimento, pagavam vantagens indevidas aos dois e a outros membros do esquema, entre eles Fábio Cleto", destacou a Procuradoria da República no Distrito Federal.

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Geddel Vieira Lima é o quinto investigado a ser preso por suspeitas de fraudes em recursos administrados pela Caixa Económica Federal. Além dele, já estão presos o banqueiro Lúcio Funaro, dois ex-presidentes da Câmara Baixa do Brasil, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, e o ex-agente do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), André Luiz de Souza. 

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