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Herdade do condenado “Rei das Farmácias” foi vendida por 3,3 milhões em leilão online

O último lance ultrapassou em 500 mil euros o valor base dos 430 hectares de terreno, cujo leilão decorreu no âmbito do PER da Farmácia Alcântara Guerreiro, a partir da qual Nuno Alcântara Guerreiro conseguiu o domínio e usado 63 milhões de euros de 30 farmácias em benefício próprio.

26 de Abril de 2025 às 16:12

Foi a partir da farmácia dos seus pais, a Alcântara Guerreiro, em Oeiras, que Nuno Alcântara Guerreiro traçou um plano criminoso para comprar outras, tendo adquirido, no prazo de uma dúzia de anos, 30 estabelecimentos do setor em nome de testas de ferro.

Conhecido como "Rei das Farmácias", Guerreiro viria a ser apanhado em março de 2012, com a Polícia Judiciária a apreender, entre outro bens, uma série de automóveis topo de gama, de marcas como Ferrari, Porsche, Lamborghini, Jaguar, Austin Martin, Bentley e BMW.

Mais de 10 anos depois, em outubro de 2022, Nuno Alcântara Guerreiro era condenado a sete anos de prisão por crimes de abuso de confiança, insolvência dolosa, branqueamento de capitais e fraude fiscal, com o tribunal a dar como provado que terá usado o dinheiro das farmácias, cerca de 63 milhões de euros, em benefício próprio, prejudicando as sociedades, muitas das quais foram à falência, para comprar carros e iates de luxo, vários imóveis, joias, relógios e obras de arte.

"Contrariamente ao que procuraram sustentar, o arguido e algumas testemunhas, o tribunal verificou, pela análise critica e conjugada, de acordo com as regras da lógica e da experiência, de toda a prova produzida, que as causas daquele desmoronamento foram, por um lado, a sistemática violação das mencionadas regras legais associadas ao negócio das farmácias, com reflexo nas sistemáticas falsidades contabilísticas e, por outro lado, os sistemáticos desvios patrimoniais traduzidos no uso em proveito próprio ou alheio do património daquelas sociedades", lê-se no acórdão.

Além da pena de prisão, Nuno Alcântara Guerreiro foi ainda condenado a pagar dois milhões de euros em indemnizações cíveis, tendo ficado no acórdão determinada a perda de todos os bens apreendidos a favor do Estado.

Entretanto, no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER) da Farmácia Alcântara Guerreiro, foi colocado em leilão eletrónico, na plataforma da leiloeira Leilosoc, um dos mais exóticos ativos desta sociedade – a Herdade do Canhão, situado em Mourão, que se estende por 430 hectares de terreno, caracterizados por vinha, olival, cereais, azinhal e duas albufeiras.

O preço base de venda era de 2,8 milhões de euros, tendo o valor de abertura sido fixado em dois milhões.

Esta terça-feira, 22 de abril, com o encerramento do leilão marcado para as 20 horas, uma sucessão de lances para lá da hora-limite, em cumprimento das regras que ditam que "nos últimos cinco minutos de cada leilão, as novas licitações reiniciam a contagem decrescente em cinco minutos", só terminou por volta das 20h13, com a última oferta a fixar o valor final em 3,3 milhões de euros.

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