Ninguém quer 25% de uma concessão de águas portuguesas controlada por japoneses
A participação acionista da empresa que detém a concessão da rede de água e saneamento do concelho de Carrazeda de Ansiães, que podia ser arrematada em leilão online por um valor mínimo de 105 mil euros, não recebeu uma só licitação.
Ficou deserto o leilão eletrónico terminado às 19 horas desta terça-feira, 22 de abril, de um dos mais relevantes ativos da massa insolvente da construtora amarantina Socopul, que faliu ainda antes da pandemia de covid-19.
Em causa estavam 249.997 ações representativas do capital da Águas de Carrazeda, S.A., com o valor nominal de 1 euro, correspondentes à aquisição de 24,9997% das ações.
Avaliado em 245.147,19 euros (valor base de venda), com um valor mínimo de venda de 208.375,11 euros, os interessados podiam licitar este lote a partir de 105 mil euros (valor de abertura), mas o leilão, que decorreu na plataforma da leiloeira Leilosoc, não registou uma só licitação.
A Águas de Carrazeda, S.A., que é controlada em 75% pelo grupo japonês Marubeni, detém a concessão da rede de água e saneamento do concelho de Carrazeda de Ansiães.
Constituída em 7 de fevereiro de 2001, "foi-lhe outorgada pela Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, a 22 de maio do mesmo ano e por um prazo de 30 anos, a concessão e exploração conjunta dos serviços públicos municipais de captação, tratamento e distribuição de água para consumo público e recolha, tratamento e rejeição de efluentes no concelho de Carrazeda de Ansiães, bem como a realização de todas as obras necessárias à execução do plano de investimentos, nas condições previstas na proposta da concessionária", refere a Leilosoc.
O sistema de abastecimento de água do concelho de Carrazeda de Ansiães tem origem na Albufeira de Fonte Longa, onde a jusante existe uma estação de tratamento de água com o mesmo nome.
O processo de insolvência da Socopul colocou ainda em leilão dois imóveis na sub-região do Tâmega e Sousa, que também não obteve sucesso.
O lote 1 correspondia a um terreno com área total de 6.500 metros quadrados, situado em Ribadouro, Baião. Com um valor base de 117.670,65 euros, recebeu a oferta máxima de 64.500 euros, muito abaixo do valor mínimo estabelecido de 100.020,05 euros.
Um outro terreno, com mais de 19 hectares (lote 2), situada em Vila Boa do Bispo, concelho de Marco de Canaveses, estava avaliado em 465.475,68 euros (valor base) e tinha o valor mínimo fixado em 395.654,33 euros, não obteve quais ofertas.
Mais lidas