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Justiça espanhola liga António Vitorino a corrupção na Venezuela

Empresa do antigo ministro socialista é citada na acusação do Ministério Público contra antigo embaixador em Lisboa (compadre de Dias Loureiro) como tendo recebido pagamentos sem "qualquer lógica comercial".

20 de Janeiro de 2020 às 01:43

Uma sociedade do ex-ministro socialista António Vitorino é apontada pela justiça espanhola num esquema de corrupção e branqueamento de capitais que envolve o antigo embaixador de Espanha em Lisboa, Raul Morodo, amigo de Mário Soares e compadre de Dias Loureiro, cuja filha é casada com um dos filhos do diplomata, também suspeito neste processo.

A acusação da Fiscalia Anticorrupção de Madrid, publicada em exclusivo pelo jornal El Mundo, aponta a Raul Morodo, que foi embaixador na Venezuela durante o governo de Rodríguez Zapatero, ao seu filho Alejo (casado com a filha de Dias Loureiro), bem como a dois sócios de nacionalidade venezuelana, mas estabelecidos em Espanha, a apropriação de mais de 35 milhões de euros da empresa petrolífera estatal PDVSA.

Este dinheiro terá sido levado para Espanha através de contas bancárias na Suíça e no Panamá, tituladas por testas de ferro, essencialmente as mulheres dos envolvidos, emissão de faturas falsas, bem como pagamentos sobressaturados e contratos falsos. É nestes esquemas de branqueamento que aparece a sociedade portuguesa Emab Consultores Lda, alegadamente "propriedade do político socialista português António Manuel Carvalho Ferreira e da sua mulher Beatriz Demoy de Carneiro", segundo escreve a Fiscalia Anticorrupção na acusação.

Este político trata-se efetivamente de António Manuel Carvalho Ferreira Vitorino, que foi ministro da Presidência e da Defesa no governo de António Guterres, entre 1995 e 1997.

António Vitorino, um dos políticos mais influentes do PS e de Portugal, ocupa atualmente as funções de director-geral da Organização Internacional para as Migrações.

Ligado à maçonaria através do Grande Oriente Lusitano, Vitorino chegou a ser um dos nomes mais fortes para suceder a António Guterres e a Ferro Rodrigues na liderança do PS mas recusou avançar com uma candidatura. Advogado, foi também professor na Faculdade de Direito de Lisboa, e em 1997 demitiu-se do Governo devido á publicação de uma investigação do jornal Público sobre o pagamento em falta do imposto de sisa de um monte que havia adquirido no Alentejo, em concreto no concelho de Almodôvar.

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