EUA já têm lei para se sentar à mesa com farmacêuticas a negociar preços
Administração Biden prepara-se para ganhar poder na negociação dos preços dos medicamentos nos EUA. Esta sexta-feira a Casa dos Representantes aprovou uma norma que permite ao governo federal negociar preços de alguns dos medicamentos mais caros comprados pelo Medicare, o sistema de saúde destinado aos reformados.
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O pacote, que recebeu 220 votos favoráveis e 207 contra, introduz um limite de 2.000 dólares nos custos anuais — despesas suportadas pelos pacientes — para os 64 milhões de beneficiários do Medicare, que são principalmente reformados com 65 anos ou mais. O projeto também penaliza os fabricantes de medicamentos que elevam os preços acima da taxa de inflação.
A proposta é vista como uma vitória da líder da Casa dos Representantes, Nancy Pelosi (na foto), que defendia medidas neste sentido desde 2007. No entanto, a legislação é mais "tímida" do que a proposta advogada por Pelosi em 2019, que estimava uma poupança para o governo de 460 mil milhões de dólares em 10 anos. As estimativas do pacote agora aprovado apontam para uma redução de gastos na ordem dos 100 mil milhões numa década.
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A lei, conhecida como Lei de Redução da Inflação deve ter como primeiros alvos os medicamentos desenvolvidos por Eli Lilly, AbbVie, AstraZeneca e outros grupos da Big Pharma os quais poderão começar a ser negociados em 2026, de acordo com analistas ouvidos pelo Financial Times.
O grupo de lobby da indústria, apelidado de PhRMA, reagiu esta semana ao emitir um apelo para que o Congresso travasse este projeto de ler a seu ver "perigoso".
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Entre as vozes mais críticas deste projeto destaca-se o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, para quem processo não envolve uma negociação genuína, já que antecipa que as empresas serão atingidas por um imposto se não concordarem com o preço do governo, disse ele.
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"É uma ladeira escorregadia muito perigosa para controlar os preços. Vimos o que foi feito na Europa. A França tinha uma incrível indústria farmacêutica há 30 a 40 anos, e foi destruída pelo controlo de preços", acrescentou.
"É preciso muito capital para inovar", acrescentou.
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