Guterres apela à anulação do decreto anti-imigração de Trump
O secretário-geral da ONU António Guterres considerou esta quarta-feira, 1 de Fevereiro, que a proibição de entrada nos EUA de cidadãos de diversos países, decretada pelo presidente Donald Trump, viola "princípios básicos" e deve ser eliminada.
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Guterres considerou ainda que as medidas deste decreto migratório, que suspende a entrada nos Estados Unidos de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana, "não são eficazes se o objectivo é realmente evitar a entrada de terroristas".
"Estas medidas devem ser retiradas o mais depressa possível", disse Guterres aos jornalistas na sede da ONU em Nova Iorque.
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"Se uma organização terrorista vai tentar atacar qualquer país, como os Estados Unidos, provavelmente não virá com pessoas com passaportes de países que já são zonas de conflito", considerou o diplomata português, que recordou a sofisticação com que operam estes grupos.
"Podem vir com passaportes dos países mais desenvolvidos do mundo ou podem utilizar as pessoas que já estão dentro do país e que podem estar aí há décadas", acrescentou.
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Guterres apelou a que sejam evitadas "medidas que alimentem a ansiedade e a ira" porque "ajudam a desencadear os mecanismos de recrutamento que estas organizações estão a efectuar em todo o mundo".
"Por isso estamos a advogar com determinação a capacidade para adoptar medidas muito firmes em relação à gestão das fronteiras, mas ao mesmo tempo que não sejam baseadas em nenhuma discriminação vinculada com nacionalidade, religião ou etnia", explicou.
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O dirigente da ONU, que já tinha reagido às medidas de Washington no decurso de sua deslocação à Etiópia, para a cimeira da União Africana, exprimiu-se hoje, e um dia após o seu porta-voz ter emitido um comunicado que criticava este género de decisões apesar de não mencionar explicitamente os Estados Unidos.
Na passada sexta-feira Donald Trump assinou uma ordem executiva que suspende durante 120 dias o programa de acolhimento de refugiados nos Estados Unidos e congela durante 90 dias a emissão de vistos para os cidadãos de sete países de maioria muçulmana: Líbia, Sudão, Somália, Síria, Iraque, Irão e Iémen.
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Guterres disse que considera "importante" deixar clara a "doutrina" da ONU, quer em relação ao veto a determinados países, quer às medidas sobre refugiados.
Ex-Alto comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres recordou que a recolocação é a "única solução" para muitas destas pessoas", tendo destacado a situação da população síria.
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Guterres referiu ainda que os EUA foram um dos países na vanguarda destes esforços para proteger refugiados e manifestou confiança no "restabelecimento" desta política que "não exclua os sírios".
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