Inflação nos EUA cai pela primeira vez em mais de um ano
O índice de preços ao consumidor na maior economia do mundo recuou em Março pela primeira vez em mais de um ano (13 meses), acrescentando dúvidas sobre a solidez da evolução da economia dos EUA no primeiro trimestre de 2017.
O índice "core" de preços ao consumidor - que não contabiliza componentes com natureza mais volátil, como os preços dos alimentos ou da energia - recuou 0,1% em Março quando comparado com o mês anterior, anunciou esta sexta-feira, 14 de Abril, o Departamento do Emprego. Foi a primeira queda desde Fevereiro de 2016.
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Na evolução anual os preços abrandaram, de 2,2% para 2%, o valor mais baixo desde Novembro de 2015, de acordo com o Financial Times. Os analistas sondados pela Bloomberg estimavam um avanço de 2,3% em Março.
A inflação, um dos indicadores-chave para a avaliação pela Reserva Federal norte-americana para decidir futuras subidas de juros - e para o qual tem um mandato que aponta para atingir uma evolução de preços próxima mas abaixo dos 2% -, foi divulgado no mesmo dia em que se soube que as vendas a retalho caíram pelo segundo mês consecutivo.
Este indicador caiu 0,2% no mês passado - pior que a queda de 0,1% esperada pelos analistas sondados pela Reuters -, depois de ter recuado 0,3% em Fevereiro. Em relação ao mesmo mês de 2016, porém, a actividade comercial registou um crescimento de 5,2%, refere o Departamento do Comércio.
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Excluindo a venda de automóveis, de combustíveis, de materiais de construção e da restauração, as vendas aumentaram no entanto: uma subida de 0,5%, comparada com um recuo de 0,2% em Fevereiro.
A queda de ambas as componentes (inflação e vendas a retalho) deverá, no entanto, ser temporária, já que o mercado de trabalho se encontra próximo do pleno emprego. E não deverá também influenciar as expectativas dos analistas de que a Reserva Federal prossiga em Junho com mais um aumento de juros nos EUA, depois de já ter realizado três subidas do preço do dinheiro após a retirada dos estímulos introduzidos para contrariar os efeitos da crise de 2007/2008.
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