Novo "abalo" democrata ameaça aclamação de Hillary
Hillary Clinton vai ser nomeada oficialmente como a candidata dos democratas à presidência dos Estados Unidos na convenção que arranca esta segunda-feira, 25 de Julho, em Filadélfia. Aos 69 anos, a antiga primeira-dama será a primeira mulher apontada por um grande partido para concorrer à Casa Branca, enfrentando assim o republicano Donald Trump nas eleições agendadas para 8 de Novembro.
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A reunião magna do partido no Wells Fargo Center, no leste do país, não deverá ser, porém, um tapete vermelho de aclamação para a candidata que venceu as primárias. Pelo menos é isso que indicia o clima conturbado em que decorreu a preparação deste encontro, que vai durar até quinta-feira, sobretudo devido ao ressurgimento das críticas por parte do rival interno, Bernie Sanders, a quem a candidata tinha antes agradecido o empenho na criação de "um movimento que conseguiu motivar os mais jovens a envolverem-se na vida política".
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Em causa está a divulgação de 19 mil e-mails de membros do comité nacional do partido por parte da WikiLeaks, que demonstram um favorecimento à candidatura de Hillary, como tinha sido denunciado em várias ocasiões pelo senador do Vermont. E a turbulência na convenção poderá vir precisamente dos apoiantes deste auto-denominado "socialista democrático", que fez uma campanha contra o sistema e lançou repetidos e duros ataques contra a influência de Wall Street na política doméstica.
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Debbie Wasserman Schultz, a presidente da Comissão Nacional Democrata (DNC na sigla inglesa), é a primeira baixa deste mais recente escândalo, pelas provas de que a estrutura do partido não manteve a imparcialidade nas primárias de 2016. Numa aparente cedência às pressões de Sanders, a líder do partido já não presidirá ao encontro e disse, num comunicado citado pela Reuters, que a melhor maneira de o partido cumprir o objectivo de continuar na Casa Branca seria afastar-se depois da convenção de Filadélfia.
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E se Hillary chegar à sala Oval terá a companhia de Tim Kaine, senador da Virgínia, de 58 anos. O candidato a vice-presidente é fluente em espanhol – algo que os analistas consideram ser uma das primeiras armas, pela relevância dos eleitores hispânicos – e é conhecido pela sua afabilidade e pelo domínio das matérias da defesa e política externa. Trump escolheu para número dois o conservaror e político experiente, Mike Pence.
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Estrelas para ascender a Washington
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Só o desenrolar dos acontecimentos ao longo dos próximos quatro dias é que poderá demonstrar se os democratas conseguem passar uma imagem de unidade no arranque da corrida presidencial e aproveitar também as várias polémicas e tensões verificadas na convenção dos rivais republicanos, que decorreu na semana passada e apontou o multimilionário Trump para o mais poderoso cargo político do mundo.
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As sondagens continuam a mostrar um grande equilíbrio entre os dois grandes blocos políticos do outro lado do Atlântico e até já há algumas que colocam Trump na dianteira. Apesar de continuarem a considerar a democrata como a melhor preparada para assumir as funções de chefe de Estado, os eleitores mostram-se muito divididos nas intenções de voto. Há duas semanas, um estudo de opinião do New York Times e da CBS atribuía 40% a ambos os candidatos, após o republicano recuperar três pontos e a democrata cair seis em relação a Junho.
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Entretanto, uma sondagem divulgada esta segunda-feira, 25 de Julho, pela CNN, mede já os efeitos da convenção republicana em Cleveland. E Trump parece ter saído reforçado da reunião do partido, aparecendo mesmo três pontos à frente da adversária democrata (48% contra 45%) num frente-a-frente entre os dois favoritos. E a vantagem do candidato republicano até chega aos cinco pontos (44% contra 39%) quando são incluídos no estudo os "outsiders" Gary Johnson (9%) e Jill Stein (3%).
Ora, numa tentativa de fazer a candidata descolar do rival nestes quatro meses que faltam para os norte-americanos irem às urnas escolher o sucessor de Barack Obama, Hillary Clinton contará na convenção de Filadélfia com o apoio público de várias figuras públicas do ramo das artes e do desporto. É o caso das actrizes America Ferrera e Eva Longoria e dos basquetebolistas da NBA Kareem Abdul-Jabbar e Jason Collins.
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Outro apoio relevante nos últimos dias foi o de Michael Bloomberg, que actualmente nem sequer é membro do partido democrata e até foi eleito, pela primeira vez, "mayor" de Nova Iorque pelos republicanos, e depois como independente. O magnata dos media não tem gostado da ascensão de Trump e estará, segundo escreve o The New York Times, empenhado em derrotar o candidato republicano, a quem critica, em particular, a sua visão sobre a imigração e sobre a economia.
(Notícia actualizada às 12h com informação sobre a nova sondagem revelada pela CNN).
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