"O mercado incorporou de uma forma bastante benigna este shutdown"
Os Estados Unidos entraram em “shutdown” às 5h00 de Lisboa de quarta-feira (meia-noite em Washington), depois de republicanos e democratas falharem na chegada a um acordo sobre o financiamento do Governo federal. O impasse no Congresso, marcado por divergências em torno das prioridades de despesa e do controlo orçamental, obrigou ao encerramento parcial das atividades da Administração.
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Apesar do impasse, os três principais índices dos EUA terminaram a sessão desta quarta-feira com valorizações. O mercado parece despreocupado, sobretudo depois de o vice-presidente dos EUA, JD Vance, ter dito que o "shutdown" não deverá ser longo e deverá ter pouco impacto na economia. Em entrevista ao Negócios no NOW, João Queiroz, Head of Trading do Banco Carregosa, começa por sublinhar que o "shutdown" é parcial.
"O fecho do Governo dos Estados Unidos que estamos a verificar é parcial e não total, ou seja, afeta apenas um conjunto de departamentos e agências governamentais cujo orçamento não foi aprovado pelo Congresso. Portanto, tem um impacto mais relativo. O mercado incorporou de uma forma bastante benigna este encerramento e que nas próximas uma a três semanas o tema possa ficar resolvido. Também recordar que é um cenário que já aconteceu 21 vezes nos últimos 50 anos e que, desta vez, volta a levantar aqui algumas dúvidas sobre o impacto económico ou o real impacto dos mercados financeiros", explica.
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João Queiroz acrescenta ainda que, nesta altura, "em que o montante de dívida pública dos EUA é extremamente elevado, também o défice governamental não tem um impacto muito positivo nas contas do Estado, este 'shutdown' é também observado pelo mercado como uma forma de impedir que os custos tenham um agravamento maior. Importa também sublinhar que desta vez não há ligação ao tecto da dívida, pelo que o Tesouro mantém a capacidade de emitir nova dívida e pagar juros. Ou seja, não há um risco imediato de incumprimento da dívida soberana, que seria um dos pontos relevantes".
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