Pequim e Washington aproximam-se. Trump vai visitar China
A conversa telefónica entre Donald Trump e Xi Jinping durou uma hora e meia e, acima de tudo, serviu para abrir uma nova janela de negociação - ou concertar aquela que tinha sido quebrada com uma troca de acusações mútua entre as duas superpotências. Os dois líderes falaram durante uma hora e meia e o Presidente da China convidou o seu homólogo norte-americano para visitar o país - um convite que o republicano retribuiu.
"Tivemos uma ótima conversa. Ele [Xi Jinping] convidou-me para visitar a China e eu convidei-o [para visitar os EUA]. Ambos aceitámos", revelou Donald Trump à margem de um encontro com o chanceler alemão, Friedrich Merz, na Casa Branca. "Vou visitar o país, eventualmente, com a primeira-dama", acrescentou o líder norte-americano, não especificando datas.
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O compromisso marca uma aproximação entre os dois países, depois de as relações entre as duas maiores economias do mundo terem "descarrilado", como descreve Trump. "Estamos numa boa posição com a China para alcançar um acordo", disse ainda - uma mensagem que já tinha sido dada por Xi Jinping, que concordou em continuar as conversações com os EUA a breve trecho. O líder chinês terá ainda pedido ao Presidente norte-americano que removesse as "medidas negativas" que acicataram a guerra comercial,
A conversa telefónica entre os dois líderes passou ainda pelas terras raras e pela polémica em torno da revogação de vistos de estudantes chineses, uma medida anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Em declarações aos jornalistas, Trump fintou o problema e afirmou que "os estudantes chineses estão a chegar ao país sem problemas". "É uma honra recebê-los", adicionou.
As negociações entre os dois países devem, agora, continuar através dos representantes do comércio norte-americano, onde se conta o secretário do Tesouro, Scott Bessent, do Comércio, Howard Lutnick, e ainda Jamieson Greer.
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Para além das tensões comerciais, a visita de Friedrich Merz à Casa Branca suscitou ainda comentários de Trump sobre o atual cenário geopolítico, nomeadamente sobre o conflito entre a Ucrânia e Rússia. O Presidente dos EUA afirmou que talvez seja necessário deixar os dois países "lutar mais um bocado", antes de conseguirem chegar a um acordo de paz ou, pelo menos, um cessar-fogo.
"Às vezes é preciso deixá-los lutar mais um bocado", referiu o republicano, comparando o conflito armado que dura há mais de três anos com o que acontece numa série de desportos. "Vê-se isso no hóquei, no desporto. Os árbitros deixam-os lutar durante alguns segundos antes de os separarem", provocou, sinalizando que estaria disposto a aplicar sanções aos dois países caso o conflito se prolongasse muito mais tempo.
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Presente na Sala Oval, Merz adotou uma postura bastante mais cautelosa e pró-Ucrânia. "O meu ponto de vista é claro de que estamos ao lado da Ucrânia e queremos que o país fique cada vez mais forte para forçar [Vladimir] Putin a acabar com esta guerra", afirmou o chanceler alemão, apelando a uma cooperação entre a União Europeia (UE) e os EUA para pôr fim a este conflito.
Os dois líderes aproveitaram ainda para discutir um possível acordo comercial entre Bruxelas e Washington. Trump está determinado em fazer aumentar as exportações energéticas para a UE, mas mostra-se otimista em relação ao futuro. "Vamos ter um bom acordo comercial", explicou, completando: "Nós [os EUA] temos tanto petróleo e gás que vocês [UE] não vão conseguir comprar todo. Espero que seja parte do acordo".
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