Pinho: Chávez é um “grande amigo de Portugal”
Antigo ministro da Economia critica implicitamente o actual Governo por não estar a aprofundar as relações com o regime venezuelano.
Num artigo de opinião hoje publicado no Diário de Notícias, Manuel Pinho escreve que Hugo Chávez é um “grande amigo de Portugal” e critica implicitamente o actual Governo por não estar a aprofundar as relações com o regime venezuelano.
“Não partilho várias das suas ideias políticas, mas tal não interessa no momento actual. O que importa é lembrar o empenho de Hugo Chávez em desenvolver os laços entre a Venezuela e Portugal de uma forma muito vantajosa para o nosso país”. Pelo que “seria ingratidão não o reconhecer e verdadeiramente indesculpável não continuar a aprofundar as relações entre os dois países”.
Escreve Pinho que o “ grande responsável pelo reforço das relações com a Venezuela é José Sócrates, que criou laços pessoais muito fortes com Hugo Chávez, da mesma forma que sucedeu com Lula da Silva no Brasil”. O antigo ministro do Governo socialista revela ainda que a convite de Chávez passou “as melhores férias da minha vida no idílico arquipélago de Los Roques”. Mas “o mais importante foram, sem dúvida, as noites que passei sem dormir a negociar contratos para as empresas portuguesas de construção civil, conservas, carnes, contadores de electricidade, exploração e fornecimento de energia, eu sei lá”.
Nas contas já do actual governo, o potencial de negócios entre Portugal e a Venezuela, ao abrigo do acordo de troca de petróleo por bens e serviços portugueses, é da ordem mil milhões de euros em três anos.
Depois de ter sido reeleito para um terceiro mandato como presidente, Chávez ainda não tomou posse devido ao seu frágil estado de saúde, permanecendo em Cuba, onde foi operado por uma segunda vez a um cancro.
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