China consegue acesso a chips da Nvidia sem lhes pôr as mãos em cima

O WSJ diz que há empresas que disponibilizam a compradores chineses o poder de processamento dos chips avançados da Nvidia. Isto mesmo com a exportação para a China proibida pelos EUA.
microchips, chips, semicondutores
Florence Lo/Reuters
26 de Agosto de 2024 às 21:03

Desde que os Estados Unidos proibiram a exportação de chips de última geração para a China - incluindo os  avançados H100 e os da nova série Blackwell da Nvidia - que se multiplicam as notícias sobre como Pequim tem arranjado formas de contornar estas sanções, nomeadamente através de países terceiros, contrabando ou simplesmente aposta reforçada na capacidade doméstica.

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Agora, o Wall Street Journal diz que os programadores chineses encontraram outra maneira de aceder a estes avançados semicondutores, sem ter de os trazer fisicamente para o país. De acordo com o jornal norte-americano, estão - com a ajuda de intermediários - a aceder à capacidade de computação destes chips no estrangeiro, através de serviços de "cloud", por vezes mascarando a sua identidade.

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Derek Aw é um desses intermediários. Aw encontrou investidores em Dubai e nos Estados Unidos que financiaram a compra de servidores de inteligência artificial que usam os chips H100 da Nvidia. A empresa de Aw carregou mais de 300 servidores com os chips num centro de dados em Brisbane, na Austrália. Três semanas depois, os servidores começaram a processar algoritmos de IA para uma empresa em Pequim.

"Há procura. Há lucro. Naturalmente, alguém vai fornecer a oferta", disse o empresário ao WSJ.

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Tudo indica que quem vende e compra poder de processamento deste modo não está a fazer nada de ilegal. Os Estados Unidos querem controlar a exportações dos chips avançados, bem como outras tecnologias, mas as regras não impedem as empresas chinesas ou suas subsidiárias no estrangeiro de acederem a serviços de "cloud" norte-americanos que usam chips da Nvidia.

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Questionada pelo WSJ, a Nvidia recusou responder, dizendo apenas que respeita as regras de exportação norte-americanas. A fabricante de chips divulga os seus resultados trimestrais esta quarta-feira.

Dados divulgados esta segunda-feira pelo Financial Times mostram que as "big tech" chinesas investem cada vez mais em IA, apesar das sanções dos EUA que - em teoria - dificultam o acesso a um elemento central, os chips avançados. No último ano várias tecnológicas chinesas duplicaram mesmo o seu investimento.

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