Putin admite "congelar" guerra e renunciar a territórios ucranianos
O Presidente russo, Vladimir Putin, terá dito que está disposto a interromper a invasão da Ucrânia como parte dos esforços para chegar a um acordo de paz com Kiev, mediado pelo Presidente americano, Donald Trump, avançou o Financial Times esta quarta-feira, citando fontes próximas do processo.
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No início do mês, Putin disse a Steve Witkoff, enviado especial de Trump, durante uma reunião em São Petersburgo, que Moscovo poderia "renunciar às suas reivindicações sobre as áreas de quatro regiões ucranianas parcialmente ocupadas", que permanecem sob o controle de Kiev, disseram as fontes ouvidas pelo FT.
Desde então, os EUA têm avançado sugestões com vista a um possível acordo, que incluem o reconhecimento por parte Washington do direito russo à península ucraniana da Crimeia, acrescentaram as mesmas fontes,
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A confirmar-se, este é o primeiro sinal dado formalmente por Putin, desde o início da guerra, há três anos, de que a Rússia poderia recuar nas suas ambições territoriais e pôr fim à invasão da Ucrânia. No entanto, do lado europeu, os negociadores envolvidos no processo das negociações de paz alertaram que pode tratar-se apenas de uma estratégia de Moscovo para levar os EUA a aceitarem outras exigências russas e forçarem Kiev a aceitá-las.
Também esta quarta-feira, o vice-presidente norte-americano JD Vance afirmou que os EUA apresentaram uma "proposta muito explícita" à Rússia e à Ucrânia sobre qual o caminho a seguir para conseguir um acordo de paz, acrescentando: "É hora de dizerem sim ou de os Estados Unidos se afastarem deste processo".
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"As atuais linhas da frente vão traçar os limites do conflito, disse Vance aos jornalistas na Índia, depois de visitar o Taj Mahal. O vice-presidente acrescentou que isso significa que tanto a Ucrânia quanto a Rússia teriam de abrir mão de alguns territórios que cada lado controla atualmente. "Será necessário fazer algumas trocas territoriais", disse Vance, acrescentando que ambos os lados têm de "depor as armas e levar a cabo a tarefa de construir uma Rússia melhor e uma Ucrânia melhor".
No entanto, "congelar o conflito" ao longo das atuais linhas de batalha significa que a Ucrânia teria de abrir mão dos territórios no leste e sul do país tomados pela Rússia desde 2014, incluindo a Crimeia, além das partes do país conquistadas pelas forças russas desde fevereiro de 2022.
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Os EUA dizem estar preparados para reconhecer o controlo russo sobre a península ucraniana do Mar Negro e aliviar as sanções contra Moscovo como parte de um potencial acordo de paz, informou a Bloomberg. Na terça-feira, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que a Ucrânia nunca reconhecerá a ocupação russa da Crimeia, acrescentando que ainda não recebeu uma proposta de Trump com medidas específicas pôr fim à guerra.
"Há sinais, ideias, discussões, mas não é uma proposta oficial", disse Zelenskyy.
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Ainda esta semana, o emissário dos EUA Steve Witkoff deverá voltar a Moscovo para retomar a conversações. Dmitri Peskov, porta-voz de Putin, disse ao Financial Times: "Está em andamento um processo tenso. Estamos a conversar com os americanos. O trabalho leva muito tempo, por isso é difícil esperar resultados imediatos".
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