Rússia e Estados Unidos vão reunir-se esta tarde em Paris
Aquele que será o primeiro frente a frente entre responsáveis políticos russos e norte-americanos desde o escalar do conflito na Ucrânia, resulta de um pedido expresso do secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen. Em Paris o secretário de Estado norte-americano John Kerry e o ministro dos Negócios Estrangeiro russo Sergei Lavrov deverão, apesar das diferenças, tentar encetar um processo de diálogo por forma a ultrapassar acusações como aquelas que se verificaram esta terça-feira, 4 de Fevereiro.
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O Presidente russo Vladimir Putin mostrou-se pouco preocupado com “as ameaças” dos Estados Unidos e afiançou que as acções do Kremlin visam apoiar necessidades de “ajuda humanitária” na região autónoma da Crimeia. Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos, tinha acusado Moscovo de empreender “acções que violam o direito internacional”.
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O chefe da diplomacia britânico, William Hague, disse que o mais importante, neste momento, é “trazer a Rússia para um processo diplomático”. Hague considera indipensável que Moscovo cumpra os acordos internacionais, concretamente o acordo sobre a utilização das bases russas no Mar Negro. Este acordo define que as forças militares russas só podem sair das mesmas com autorização da Ucrânia.
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As conversações desta quarta-feira também devem servir para atenuar o ambiente crispado entre Washington e Moscovo, especialmente depois de a Rússia ter faltado ao encontro que reuniu os países que participaram no acordo de Budapeste (Estados Unidos, Reino Unido, Rússia e Ucrânia) esta quarta-feira de manhã. Este foi o acordo que estabeleceu o desmantelamento das ogivas nucleares ucranianas depois da implosão da URSS. Kerry referiu-se à não comparência russa neste último encontro como “lamentável”.
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Em paralelo à reunião de Paris, em Bruxelas delegações da NATO e do Kremlin irão discutir o momento que se vive na Crimeia e na Ucrânia oriental. Em ambas as regiões a maioria da população é descendente russa. O receio de secessão é cada vez maior e apesar do afastamento, para já, de qualquer tipo de acção militar de Moscovo nestas regiões, vários militares, que Putin designou como “forças locais de auto-defesa”, continuam a controlar diversos pontos estratégicos da Crimeia.
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O primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksenov, citado pelo “The Guardian” recusa qualquer tipo de negociação com o Governo de Kiev. A Crimeia é uma região que, mesmo pertencendo à Ucrânia, detém estatuto de zona autónoma e só foi anexada ao poder de Kiev depois da Segunda Guerra, quando a Ucrânia ainda estava sob a alçada da União Soviética.
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