Banco central chinês mantém taxa de juro de referência em 3%

Face ao abrandamento da economia chinesa, os cortes adicionais previstos para o resto do ano acabaram por não se concretizar.
Pan Gongsheng, governador do Banco Central da China
Johannes Neudecker / picture-alliance / dpa / Associated Press
Lusa 07:26

O Banco Popular da China anunciou esta segunda-feira que vai manter a taxa de juro de referência para empréstimos (LPR) a um ano em 3%, pelo oitavo mês consecutivo, em linha com as previsões dos analistas.

A taxa LPR a cinco anos ou mais, usada como referência para o crédito à habitação, também permanecerá inalterada, nos 3,5%, indicou o banco central chinês na sua atualização mensal.

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Estabelecida em 2019 como principal referência para os custos de crédito, a LPR é calculada com base nas propostas de um grupo de bancos, incluindo instituições mais pequenas com maior exposição a créditos malparados, e visa reduzir os custos do financiamento e apoiar a economia real.

A última redução da LPR ocorreu em maio, com um corte de 10 pontos-base, de 3,1% para 3% no prazo de um ano, e de 3,6% para 3,5% no prazo mais alargado.

Na altura, a medida foi considerada "óbvia" pelos analistas, face ao abrandamento da economia chinesa, mas os cortes adicionais previstos para o resto do ano acabaram por não se concretizar.

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Alguns especialistas apontaram que o banco central chinês teria margem para descer mais os juros sem provocar uma depreciação adicional do yuan, devido às reduções da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), mas prevaleceram receios sobre uma bolha nos mercados financeiros ou o agravamento do excesso de capacidade industrial.

Entre os fatores que continuam a limitar a recuperação da segunda maior economia do mundo contam-se a fraca procura interna e externa, o risco de deflação, estímulos considerados insuficientes, uma prolongada crise no setor imobiliário e a falta de confiança dos consumidores e das empresas privadas.

Estas fragilidades persistem, apesar do fim das restrições sanitárias da política de "covid zero", que se esperava que impulsionassem um crescimento mais robusto em 2024 e 2025.

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