Fitch prevê abrandamento do crescimento da China para 4,1% em 2026
A agência de notação financeira Fitch Ratings prevê que a economia da China continental cresça 4,1% em 2026, uma desaceleração face aos 4,8% estimados para este ano, devido à fraca procura interna e pressões deflacionárias.
Num relatório divulgado nesta terça-feira, a Fitch indica que tanto o consumo como o investimento fixo continuam em queda, sobretudo devido ao prolongado declínio do setor imobiliário, o que contribui para o risco de a deflação se tornar mais enraizada na segunda maior economia mundial.
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A agência classifica o panorama para o país como "deteriorado" e alerta que a calibragem das políticas fiscal e monetária para impulsionar a procura interna e contrariar a deflação será um dos principais desafios para as autoridades chinesas.
A Fitch estima um défice público de 7,9% do PIB em 2026, ligeiramente abaixo dos 8,4% deste ano, e uma subida do rácio da dívida pública para mais de 75% do PIB.
"A procura interna continua fraca, com a confiança dos consumidores em níveis baixos, refletindo-se em vendas de propriedades que deverão cair mais 7% no próximo ano", salienta o documento. A Fitch espera ainda uma saída lenta do atual ciclo deflacionário, com o deflator do PIB a manter-se praticamente nulo em 2026.
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Apesar do alívio trazido pelo recente acordo comercial com os Estados Unidos, que reduziu tarifas e suspendeu algumas restrições à exportação de tecnologia, a agência espera uma moderação no desempenho externo da China no próximo ano, com as exportações a perderem ímpeto após o efeito de antecipação de encomendas registado em 2025.
Para Taiwan, a Fitch prevê um crescimento económico de 2,5% em 2026, depois de uma forte expansão de 6,1% este ano, impulsionada sobretudo pela elevada procura global por semicondutores usados em aplicações de inteligência artificial e novas tecnologias.
A agência nota que o setor externo continuará a sustentar a economia da ilha, mas alerta para riscos relacionados com a eventual imposição de tarifas norte-americanas aos semicondutores e uma possível desaceleração no investimento em inteligência artificial. A procura interna deverá continuar fraca, com o consumo das famílias a revelar pouca força
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A Fitch mantém a classificação de crédito da China em 'A' com perspetiva estável, após um corte em abril que refletiu "fraqueza persistente das finanças públicas". Taiwan mantém o 'rating' em 'AA' com perspetiva estável, embora com a ressalva de que as tensões no Estreito e a incerteza sobre a política dos Estados Unidos representam riscos para o futuro.
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